O índice de desemprego subiu para 13,3% no segundo trimestre do ano, em comparação com os 12,2% no período de janeiro a março, segundo divulgou nesta quinta-feira, 6, o IBGE. No segundo trimestre de 2019, a taxa estava em 12%.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o número de pessoas ocupadas no Brasil teve redução recorde de 9,6% no trimestre encerrado em junho, frente ao trimestre anterior: a queda foi de 8,9 milhões de ocupados. O número de desocupados ficou estável em 12,8 milhões.
A pandemia provocou perda generalizada de postos de trabalho no trimestre encerrado em junho, mas os mais afetados são os trabalhadores informais, disse Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. O país alcançou uma taxa de informalidade de 36,9% no mercado de trabalho no segundo trimestre, a menor da série histórica iniciada em 2016, com 30,8 milhões de trabalhadores atuando na informalidade. O resultado significa 6,038 milhões de trabalhadores informais a menos em apenas um trimestre, segundo Pnad Contínua.
“A saída do trabalhador informal responde por mais de 70% da queda na ocupação”, afirmou Adriana.
Foi registrada em todo o país a demissão de 2,385 milhões de pessoas sem carteira de trabalho no setor privado no trimestre encerrado em junho, enquanto outros 2,495 milhões de trabalhadores por conta própria perderam suas ocupações.
Mais 2,942 milhões de vagas com carteira assinada no setor privado foram extintas em um trimestre. O total de vagas formais no setor privado desceu a 30,2 milhões, menor patamar da série. Houve uma perda ainda de 429 mil empregadores em um trimestre.
Outros 1,257 milhão de trabalhadores domésticos perderam seus empregos no período. Após a queda recorde, o trabalho doméstico caiu ao piso da série, 4,7 milhões de pessoas.
É unânime entre os analistas a avaliação de que a taxa de desemprego deve ser este ano a mais alta da série histórica. As projeções para a média do ano vão de 12,7% a 15,03% – o recorde foi registrado em 2017, quando a taxa ficou em 12,7%.
O afrouxamento das medidas de distanciamento social nas principais cidades do país também é um fator que deve impulsionar a taxa, segundo os analistas. Impedidas de circular, cerca de 6,5 milhões de pessoas deixaram a força de trabalho – o contingente de pessoas que trabalha ou busca emprego – desde o primeiro trimestre, segundo o IBGE. Caso elas voltem a procurar trabalho, vão elevar o resultado final.