O programa para renegociação de dívidas Desenrola Brasil, lançado para combater a crise de inadimplência, ajuda pessoas que se endividaram a limpar o nome e recuperar o crédito. Em São Paulo, estado com maior número de endividados do país, o programa pode ajudar milhões de pessoas.
O endividamento cresceu muito entre os paulistas. O volume recorde representa 45% da população estadual, segundo dados do Serasa. Passou de 15 milhões, em janeiro de 2018, para 16,3 milhões, em janeiro de 2023 – acréscimo de mais 1,3 milhão de pessoas nos últimos cinco anos.
O caso de Karen, de Cidade Tiradentes
Entre os negativados está Karen Cristina Andrade de Castro Barbosa, 31 anos, residente em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo.
Mãe de sete crianças, ela conta que ficou com o “nome sujo” após estar desempregada e pegar empréstimos para comprar mantimentos para seus filhos. Isso, há um ano.
“Atualmente, moro de favor com meus filhos na casa da minha avó. Fiquei sabendo do programa Desenrola Brasil pelo aplicativo Caixa Tem”, conta.
O valor inicial dos dois empréstimos realizados por Karen foi de R$ 8.000. Ela relata que não sabe quanto está devendo agora. Tentou negociar com as instituições financeiras onde pegou empréstimo. Mas, diante das dificuldades, por não ter emprego fixo e estar morando de favor, além do marido ter ido embora, a mãe solo não consegue resolver as pendências financeiras.
Karen é cabeleireira, já vendeu sanduíches e marmitas para complementar a renda e, no momento, está à procura de uma vaga em qualquer área, pois não está recebendo ajuda de ninguém.
“Assim que eu me estabilizar, farei a renegociação pelo programa Desenrola Brasil, sei que as condições serão muito melhores do que diretamente com os bancos”, afirma.
Nova etapa do programa Desenrola Brasil
Na atual fase do programa, estão sendo habilitadas empresas que têm dívidas a receber e estão interessadas em fazer parte do Programa Desenrola Brasil.
A plataforma, que tem por objetivo aproximar credores e devedores para a renegociação de dívidas bancárias e não bancárias – como conta de luz e água – estará disponível para inscrição de credores que queiram participar da segunda fase do programa.
Essa etapa é voltada a pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico)
Os valores das dívidas dessas pessoas não podem ultrapassar 5 mil reais. Os credores terão até 9 de setembro para concluir a habilitação no Desenrola Brasil, que pode ser realizada no Portal Credor.
Cerca de R$ 10 bilhões de dívidas renegociadas
De acordo com a Federação dos Bancos (Febraban), no primeiro mês do Programa Desenrola Brasil foram registrados R$ 9,5 bilhões de valores negociados referentes à faixa 2. Ela é voltada para pessoas com renda mensal superior a 2 salários mínimos e menor que R$ 20 mil e que não estejam incluídos no Cadastro Único (CadÚnico).
Entre os dias 17 de julho e 18 de agosto, o número de contratos de dívidas negociadas chega a R$ 1,5 milhão, beneficiando cerca de 1,1 milhão de clientes bancários. No mesmo período, as instituições financeiras desnegativaram, também da faixa 2, cerca de 6 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100,00.
O prazo para essa baixa de registros foi encerrado no dia 27 de julho, mas a adesão ao programa vai até o dia 31 de dezembro.
Banco do Brasil adere à faixa 1 do Desenrola Brasil
O Banco do Brasil está habilitado ao Desenrola Brasil na faixa 1, na condição de credor, e irá atuar no programa, oferecendo descontos a inadimplentes.
De acordo com a presidenta do BB, Tarciana Medeiros, “a habilitação do BB nesta fase do Desenrola reforça o compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país”.
Sobre a participação do banco, ela complementa: “Estamos atuando com uma visão ampliada, com condições para outros públicos, incluindo micro e pequenas empresas. Sempre acreditamos no potencial do Desenrola Brasil e observamos com satisfação a adesão do mercado nesse esforço para que milhões de brasileiros passem a ter dignidade financeira“.
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