Durante o dia, a nail designer Tamara Alves, 28, faz alongamento de unhas, mas apenas nas clientes, porque durante a noite, suas mãos vão ao encontro das luvas.
Treinando boxe desde a adolescência, Tamara participou da sua primeira luta, o Campeonato Baiano de Estreantes, realizado em maio, e se tornou campeã baiana, na categoria 56 kg.
“Na adolescência meu interesse pelo esporte foi pelo motivo errado, entrei no boxe com objetivo de me vingar das pessoas que me agrediram quando era mais nova, e com o tempo me apaixonei pelo esporte e o esporte acabou me educando”, disse Tamara.
O Campeonato Baiano de Estreantes é promovido pelo presidente da Federação de Boxe Olímpico e Profissional do Estado da Bahia, Joilson Santana, com apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb). A competição é voltada para quem não teve lutas oficiais, portanto, costuma lançar talentos.
O objetivo de Tamara é seguir e desenvolver uma carreira profissional no esporte. Para isso, ela garante que tem trabalhado duro e treinado bastante para “virar uma campeã da seleção brasileira”.
Para a atleta, o maior apoiador na realização desse sonho é seu mestre Adriano Santos, responsável pela academia Dragon Boxe. Ele que sonha em fazer parte da trajetória de um campeão e estar num mundial como técnico, abriu a academia com o objetivo de proporcionar um espaço construtivo para os jovens, “livre de más influências”.
E funcionou para Tamara. “Treinava por treinar, apenas porque me sentia bem. Liberava minha raiva toda lá e isso me tornou uma pessoa bem melhor”, disse a boxeadora.
Além de Tamara, a autônoma Tailana Santana, 24 anos, também foi campeã baiana pela academia Dragon Boxe, na categoria 75 kg. E há oito anos atrás, quando começou a treinar, essa realização seria suficiente, mas hoje seu desejo é “não parar e chegar a ganhar o mundial de boxe”.
“O boxe é um sonho realizado, aprendi a me controlar e que todo sonho, por mais difícil que seja, pode ser realizado”, disse Tailana sobre sua experiência com o esporte.
E Tamara conclui: “Tudo que eu faço ou deixo de fazer ou falar tem o boxe como enredo. O boxe conseguiu me manter em pé até hoje”.
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