Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro do compositor e presidente da G.R.E.S. Unidos do Jacarezinho Barbeirinho na tarde de ontem, 19, no Cemitério do Caju. Barbeirinho faleceu no domingo, aos 67 anos, vítima de um acidente doméstico.
Moradores do Jacarezinho, integrantes da escola de samba, fãs, músicos e amigos deram seu último adeus ao presidente. Amigos famosos de Barbeirinho prestaram homenagens. O cantor Zeca Pagodinho, que gravou sucessos do Trio Calafrio como “Conflito”, “Caviar” e “Dona Esponja”, foi um deles. O compositor da Mangueira Gilson Bernini participou da cerimônia.
Na despedida emocionante, os presentes cantaram sambas de Barbeirinho e de outros sambistas ao som de cavaquinho e surdo. O presidente da Unidos de Jacarezinho também foi muito aplaudido, levando a família às lágrimas.
Carlos Roberto Ferreira César, mais conhecido como Barbeirinho, era cria do Jacarezinho e tinha 67 anos. Sua primeira composição, “Aperta o Cinto”, foi gravada por Bezerra da Silva. Posteriormente, outros sambistas deram voz às suas obras, como Arlindo Cruz, Valmir Barbosa e Zeca Pagodinho, que também batizou o Trio Calafrio, formado por Barbeirinho, Luiz Grande e Marcos Diniz.
Operação policial e quadra vazia
O velório de Barbeirinho aconteceu na quadra da G.R.E.S. Unidos de Jacarezinho. Apesar de muito querido na comunidade, poucos compareceram. Em mais um dia de operação policial após a morte de um PM na Avenida dos Democráticos durante a madrugada de segunda, o clima tenso era na favela e as ruas estavam praticamente desertas. “Muitas pessoas deixaram de vir ao velório com medo da operação. Era pra ter muito mais gente, mas a favela não tem direito nem de velar os seus mortos”, afirma uma fonte.
Colaboraram Fabíola Alves e Thiago Baia.
