No terceiro dia de Rock In Rio (29/09) a apresentação principal do Palco Mundo foi o show da banda norte-americana Bon Jovi. O show foi espetacular, como sempre, mas o grande espetáculo da noite foi o sempre surpreendente show da mulher negra do fim do mundo, Elza Soares.
Elza literalmente roubou a cena no Rock In Rio. Algo que não é fácil diante de um festival que combina várias atrações internacionais com grandes nomes nacionais, mas a mulher negra que nasceu na favela da Moça Bonita, atual Vila Vintém, Padre Miguel, e enfrentou a perda de filhos, maridos, adversidades na carreira e mesmo assim, em 1999, foi eleita pela BBC de Londres a cantora brasileira do milênio não fez por menos. Com sua voz inigualável ela subiu ao Palco Sunset para falar de preconceito, racismo, machismo e misoginia. Elza é a alma da mulher brasileira e o espírito daquelas que lutam por dignidade.
Dar a Elza é mais que roubar a cena, é recompor o cenário árido de um país que não respeita a mulher, que extermina negros, que enxerga no favelado o inimigo a ser combatido.
Com 82 anos de idade e seis décadas de carreira a negra favelada prova que Deus não é brasileiro, Deus é mulher. E Elza é a diva que faz jus a tudo que conquistou em sua brilhante carreira. A mulher que aos 21 anos de idade já era mãe de 6 filhos e que veio do planeta fome conquistou a Cidade do Rock.
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