O Brasil é um país laico, é o que garante a constituição para todo cidadão, o livre direito de manifestar suas crenças e cultos.
Entre os anos de 2018 e 2020, foram registrados 17 casos de ataques a templos religiosos de matriz africana praticados. Os dados são do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi).
Para discutir a intolerância religiosa o Unzó Maiala – terreiro de candomblé angola localizado no bairro Fazenda Garcia, em Salvador, coordenado pela Mameto de Nkisi Tandü (Laura Borges)– realiza no próximo dia 21 de janeiro, a partir das 10h, na Casa d’Itália, a mesa de diálogo “Quais caminhos precisamos traçar para combater a Intolerância?”.
Em 2019, foram 49 casos registrados de intolerância religiosa contra o povo de Santo, de matriz africana.
A roda de dialogo pretende alertar a sociedade acerca do problema da intolerância religiosa, visibilizar à luta pelo respeito a todas as religiões estreitar formas de combater o racismo religioso.
O evento vai contar com as participações de pessoas referências da religião de matriz africana e ativistas sociais, a exemplo da yalorixá, negra, mulher Trans e pedagoga Tiffany Odara. Ela é ativista dos direitos humanos e atua contra o racismo, Camila Chagas (Advogada), católica e assessora de Koinonia, a escritora, poeta e mulher preta de Axé Maiara Silva, dos assistentes social Rosa Bonfim e Junior Afikodé (Alafin Oyó), que também é presidente da Mesa de Ogãs, além do multiartista, pesquisador e descendente indígena Caboclo de Cobre/Luiz Guimarães.
A programação do evento está de acordo com todos os protocolos de saúde para enfrentamento à Covid-19, como o uso de álcool em gel e a orientação do uso de máscara para os participantes. Os interessados podem realizar a inscrição através do telefone (71) 98449-9235
O evento será transmitido através da rede social da organização do evento Roda de Dialogo- Intolerância Religiosa
Homenagem a Mãe Gilda
O dia 21 de janeiro é uma data que não pode ser esquecida. Ela marca data de falecimento da Mãe Gilda, do Axé Abassá de Ogum, vítima de diversas agressões, verbais e físicas, provocadas pelo preconceito à sua religião.
“Combater à desinformação é o primeiro caminho nesta luta pelo fim da intolerância religiosa. Por quê não dizer de racismo religioso?. Sabemos que a intolerância a nós de povo de matriz africana é também uma questão de cor de pele. Precisamos somar forcas para romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos religiosos”, comenta Mameto de Nkisi Tandü.
A ação faz parte da programação Mapa Cultural de Salvador da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc com recursos da Secretaria Especial Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.