Comemora-se hoje, dia 31 de março o dia internacional da visibilidade trans. Esta data torna-se importante, tendo em vista que a letra T do LGBT+ costuma, em números, ser a mais marginalizada. Mulheres trans e travestis estão 90% em situação de prostituição, sendo apenas 4% das pessoas trans empregadas formalmente no mercado de trabalho. Além disto, estamos no país que lidera os recordes de mortes, ao mesmo tempo em que lidera de consumo de pornografia com pessoas trans como atrizes.
Pessoas transmasculinas também passam por diversas dificuldades, tendo um alto número de tentativa e de suicídio, devido à transfobia de diversas formas e do não acesso à direitos básicos. Não podemos deixar de falar de pessoas trans não-binárias também que, não têm os seus pronomes e linguagem neutra respeitados no dia a dia e sofrem preconceito e deslegitimação até mesmo dentro da comunidade.
Essas foram apenas algumas dificuldades passadas por pessoas trans que podemos citar, mas, para além disso, é importante também focarmos neste dia, em toda a resistência desta parte da população, a luta, a cultura que ela produz. Um exemplo disto é que tivemos no ano de 2020, um recorde de pessoas trans eleitas nas Camâras Municipais. A ANF conversou com Yuri Cantizano, 28 anos, homem trans e estudante de pintura e morador do alojamento da UFRJ, sobre a importância deste dia para ele.
”O dia da visibilidade trans é importante porque é um marco histórico social na nossa luta pela igualdade de maneira ampla e por nossas vidas enquanto símbolos re(existência). Existe socialmente o apagamento de nossas pautas, de nossa existência. Nós, pessoas transvestisgeneres estamos à margem pautando nossa sobrevivência.”