Dia do Feirante: mulheres representam 47% da categoria em Salvador

Feirante na Feira de São Joaquim, em Salvador - Foto Leo Mota

Salvador tem 35 feiras livres e 12 mercados municipais, oficialmente regularizados pela prefeitura. Aproximadamente 800 trabalhadores das feiras e dos mercados municipais são cadastrados na capital baiana, e cerca de 47% são mulheres. A maioria dessas mulheres se dividem entre o trabalho fora de casa e as atividades domésticas, e em muitos casos o trabalho das feirantes é a única fonte de renda da família. O registro da primeira feira livre no Brasil foi no ano de 1914, no Largo General Osório, na cidade de São Paulo. Daí a criação da data comemorativa, hoje, 25 de agosto, Dia do Feirante.

Uma das feiras mais antigas de Salvador é a Feira de São Joaquim, que antigamente era chamada Água de Meninos, citada por Jorge Amado, no livro Capitães de Areia. Tornou-se o point da culinária baiana, com frutas e ervas da terra, artesanato, artigos religiosos e tecidos africanos. A feira recebe feirantes da capital, região metropolitana e também do interior do estado e fica na região da Calçada, Cidade Baixa.

“Ser independente é essencial para ser feirante. O importante é se sentir bem, gostar do que faz e oferecer sempre o melhor aos nossos clientes”, disse Luzineide Silva, 46 anos, que há 30 anos trabalha na feira e recentemente conseguiu um espaço no Centro de Abastecimento Itapuã, no Bairro de Itapuã.

Em Salvador, os mercados municipais funcionam de terça-feira a sábado, das 7h às 18h, e aos domingos, de 6h às 13h. Já as feiras abrem de terça a sábado, das 6h às 17h, e aos domingos, de 6h às 13h. Outras feiras de bairro também fazem parte das várias opções dos soteropolitanos, como a feira do Imbui, o fim de linha da Boca do Rio, a feirinha na praça de Cajazeiras X, feira do Nordeste de Amaralina.

“Desde 2013, Salvador vem fazendo uma gestão com atenção às necessidades dos feirantes, desenvolvendo projetos para a requalificação das feiras e mercados municipais. Em 2015, a Prefeitura inaugurou o primeiro mercado municipal, no bairro de Periperi. Hoje, mesmo com a adversidade da pandemia, e reconhecemos que não tem sido um momento fácil, o pensamento segue no sentido de fortalecer o setor, através de diálogos com esses trabalhadores informais e com ações que envolvem a entrega de equipamentos padronizados, cestas básicas e benefícios, a exemplo do Salvador por Todos”, comenta Marcus Passos, secretário da Secretaria de Ordem Pública- Semop.

Existem às feiras com o perfil tradicional especializadas na venda de frutas e temperos e também tem às feiras que o cliente pode comprar roupas ao som de música ao vivo. Mas o aroma e o clima da feira prevalece independente da sua característica de apresentação.