Dia Internacional da Paz é celebrado em 21 de setembro

Secretário da ONU, António Guterres, em cerimônia do Dia Internacional da Paz. Sino da Paz- Crédito: Mark Garten/ ONU

O Dia Internacional da Paz, celebrado em 21 de setembro, foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1981. O objetivo da data é sensibilizar as pessoas para a paz mundial, promovendo atos que resultem no fim dos conflitos entre os povos.

Neste dia, espera-se que as pessoas façam algo para a promoção da paz. Por menor que seja a ação, o importante é que a intencionalidade, a execução e as consequências dela levem à um exercício de reflexão sobre a necessidade, importância e vivência da paz entre as pessoas e as nações.

Às nações, sugere-se que estimulem ações educativas visando a sensibilização e a conscientização das populações sobre a urgência de uma convivência pacífica em todas as esferas da vida e entre todos os povos.

Geralmente, a ONU recomenda temas base para os debates e eventos que acontecem neste dia, sobretudo, que possam estar alinhados às questões atuais e que tenham elo com situações de conflito. Este ano, o tema é “Ação climática para a paz”.

O sonho da paz no meio caos

Para algumas pessoas, ações cotidianas como acordar, ir à escola, trabalhar, ver televisão, brincar com amigos e familiares, e outras atividades diárias fazem parte de suas rotinas de paz. Acontece que tais realidades não são gerais para todas pessoas do planeta. Muitas delas vivem em nações com conflitos constantes, onde a paz é um sonho ainda distante, pois estão a todo instante no sobressalto de que ataques genocidas possam acontecer e dizimar suas vidas.

Outros vivem em campos de refugiados, sem casa, às vezes, sem família, com suas dignidades relativizadas, por conta da irracionalidade “humana” que na busca por poder, na intolerância e no fundamentalismo recorrem à violência sem poupar vidas inocentes.

É inconcebível que, nos dias atuais, ainda vejamos propostas e defesas ferrenhas sobre a construção de muros separatistas entre nações, e não só isso, mas também que a geografia das pequenas, médias e grandes cidades construa mapas de segregação entre pessoas, por conta de sua cor, e condições socioeconômicas, e que os segregados ainda tenham suas vidas ceifadas pela violência, intolerância e brutalidade também institucional.

É também estarrecedor conviver com a destruição do planeta quando os recursos naturais são destruídos por causa da ganância e insensibilidade dos poderosos, e isso se torna ainda mais monstruoso quando se tem a conivência de líderes governamentais que fecham os olhos para tais crimes, dizimando todas as chances de vidas futuras.

Liberdade é outra condicionante para que vivamos em paz. Sem ela, é impossível uma vida plena de direitos. É preciso que a liberdade seja o ponto de alto de nossas existências. As pessoas para viverem em paz têm que ser plenamente quem são, independentemente de suas escolhas individuais, como crença, orientação sexual, escolha política, etc.

Digamos não para os genocídios das diferenças, sejam elas em que âmbitos forem, sejam nos nossos lares, nossos países, e na relação com outras pessoas de sociedades distintas, cultural, social, econômica e política.

Que o dia Internacional da Paz seja também uma oportunidade para refletirmos sobre nossos egoísmos, nossos preconceitos, ganância e tudo aquilo que relativiza a condição humana e respeito ao meio ambiente. Para além dessa reflexão, importa ainda praticarmos ações que gostaríamos que nos fossem direcionadas, aquelas que nos causam boas qualidades de vida, bem estar material e espiritual.

Mensagem de Paz

O Papa Francisco nos lembra que “Abrir e traçar um caminho de paz é um desafio muito complexo, pois os interesses em jogo, nas relações entre pessoas, comunidades e nações, são múltiplos e contraditórios. É preciso, antes de mais nada, fazer apelo à consciência moral e à vontade pessoal e política. Com efeito, a paz alcança-se no mais fundo do coração humano, e a vontade política deve ser incessantemente revigorada para abrir novos processos que reconciliem e unam pessoas e comunidades”.

Portanto, façamos a nossa parte. Exercitemos de modo pessoal a tolerância e o respeito para com aqueles com quem convivemos diariamente, e que isso possa ser extensão que contagie outras pessoas, outras nações, contribuindo para a derrubada das muralhas do egoísmo, da indiferença e da ganância.