Grupos de capoeira, comunidades de 23 terreiros de candomblé, 130 quilombolas de diversos estados, ativistas do movimento negro, representes de blocos afro baianos como o Malê de Balê e Filhos de Gandhy, crianças do curso de capoeira do Centro de Referência da Assistência Social-CRAS de Atalaia -AL e militantes da Coalizão Negra, marcaram presença na Serra da Barriga, Quilombo dos Palmares , em União de Palmares, Alagoas, na última segunda-feira (20) para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro.
O evento, organizado pela Fundação Cultural Palmares, teve o apoio dos governos estadual e municipal e reuniu secretários estaduais e municipais de Cultura, da Igualdade Racial, de Turismo, representantes dos Ministérios da Igualdade Racial e Cultura, parlamentares e lideranças religiosas e de entidades culturais.
O Mestre de capoeira alagoano Girafa reivindicou o ensino da capoeira nas escolas para o governo estadual cumprir a lei federal 10.369/2003 que prevê a inclusão de temas da cultura afro brasileira. “Precisamos incentivar a difusão da capoeira e preservar esse patrimônio, sermos respeitados, somos resistência, como a luta de Zumbi de Palmares”.
No evento o governo estadual fez entrega de títulos de terra e a Fundação Cultura Palmares entregou certificações de reconhecimento às comunidades quilombolas Chapéu de Palha e Poço do Boi em Pernambuco, representadas por Vanuza Maria e Joelson da Silva e Sítio Balde em Alagoas, recebido por Maria de Lourdes.
Entre janeiro e novembro de 2023 foram emitidas 103 Certidões, beneficiando 127 comunidades e 21 mil pessoas.
Entre as comunidades destacam-se 6 em Alagoas, 18 na Bahia, 2 no Ceará, 1 no Espírito Santo, 1 em Goiás, 29 no Maranhão, 37 em Minas Gerais, 7 no Pará, 6 em Pernambuco, 4 no Piauí, 2 no Paraná, 1 no Rio de Janeiro, 4 no Rio Grande do Norte, 7 no Rio Grande do Sul e 2 em Tocantins.
O presidente da Fundação Palmares João Jorge Rodrigues destacou o simbolismo da data e a parceria com os governos estadual e municipal e o apoio das entidades culturais e do movimento negro.
“Agradecemos aos parceiros, temos muito o que avançar para compreender a dimensão desse lugar sagrado, da arte, da cultura e da luta por liberdade. Precisamos de outras instituições como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES para nos ajudar preservar esse patrimônio do povo brasileiro, o maior quilombo das Américas, onde nasceu um projeto de nação livre, sustentável” , discursou.