Diretamente do Curuzu, Val Benvindo ganha destaque nacional

A jornalista e influenciadora digital Val Benvindo | Foto: Divulgação
A jornalista é influenciadora digital, relações públicas do Festival AfroPunk e idealizadora do Especial Humor Negro

 

“Eu sempre falo a partir do meu lugar no mundo e o meu lugar no mundo é o Curuzu”

Assim afirma a jornalista Val Benvindo sobre a conexão dos seus trabalhos com a periferia onde cresceu, a negritude e os blocos afros, especialmente o Ilê Ayiê, que tem sua sede localizada também no Curuzu.

Val Benvindo é influenciadora digital, apresentadora do Umbu Podcast e do Band Mulher, cujo programa tem um quadro com o seu nome: “Meu nome é Val”. Além disso, atua como Relações Públicas do maior festival de cultura negra do mundo, o AfroPunk e idealizou o especial Humor Negro.

“Minha avó era mãe de santo, vendeu comida na rua durante muito tempo e era ativista do movimento negro. Então, eu sempre vi as mulheres da minha família serem muitas coisas e acho que a partir disso eu entendi também que eu poderia fazer muita coisa”, contou Val sobre sua multipotencialidade profissional. 

O especial Humor Negro reuniu grandes nomes da comédia nacional como Tia Má, Sulivã Bispo e João Pimenta, com a direção de Rodrigo França e será exibido pelo Multishow e pela Globoplay em dezembro. Sobre a expressão “humor negro”, usada comumente de forma racista, Val lembra do Instituto Mídia Étnica que surge com o lema: Vamos denegrir a mídia. 

“Pensando que denegrir é tornar negro, desde lá eu penso que talvez a gente não consiga extinguir expressões, mas talvez a gente consiga ressignificar, fazer as pessoas pensarem sobre, e pensando nisso também a partir do Ilê Aiyê, né? A decisão política do Ilê de só ter negros saindo no bloco do carnaval”, lembrou Val.

Já a segunda edição presencial do Afropunk Bahia, festival que ocorreu nos dias 26 e 27 de novembro, contou com a presença de artistas como as vencedoras do Grammy Latino 2022 Ludmilla e Liniker, Emicida, Margareth Menezes e Larissa Luz.

“Acho que é muito o que eu aprendi a vida inteira enquanto eu estive ali na produção do Ilê Ayiê, entendendo essa coisa da nossa potência, entendendo que é muito importante a gente tá devolvendo para nossa comunidade de algum jeito, sabe?”, disse a jornalista. 

Para Val trabalhar em diversas frentes nos projetos é o que traz o aprendizado e a experiência que a permite estabelecer conexões e fazer com que o seu trabalho seja visto e reconhecido por pessoas diferentes, de mercados diferentes. “Foi justamente esse movimento que acabou abrindo as portas para que a minha carreira tomasse essa projeção nacional. Portanto, as expectativas para o ano que vem são as melhores possíveis”, celebrou Val.

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