Arte, cultura, saúde e comunicação pela diversidade foram alguns dos temas do festival que movimentou jovens do Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho e adjacências.
A 2ª edição do “Festival Conectando Direitos” aconteceu na última quarta-feira (13), na capital baiana, onde reuniu cerca de seiscentos e cinquenta pessoas entre estudantes, educadores (as) e funcionários dos Colégios Estaduais Alfredo Magalhães, Polivalente de Amaralina e Carlos Santanna I e II, familiares, atores sociais do Território do Nordeste de Amaralina.
Ainda participaram do evento: agentes de comunicação comunitária, moradores, grupos culturais e convidados.
O destaque para “Diversidade” surgiu a partir de debates e atividades artístico-culturais dos envolvidos no projeto.
“O lema nasceu durante as discussões com a comunidade e as/os estudantes. Percebemos a recorrência de relatos de casos de depressão a automutilação entre adolescentes e jovens das escolas.
Juntas/os chegamos à conclusão de que a juventude não é reconhecida em sua diversidade, nem pela escola e nem pela família”, explicou a coordenadora de Atuação Territorial da CIPÓ – Comunicação Interativa, Fernanda Colaço.
O Festival Conectando Direitos faz parte do “Projeto Comunicação para Defesa de Crianças e Adolescentes”, desenvolvido pela CIPÓ – Comunicação Interativa, em parceria com a Kinder Not Hilfe (KNH Brasil), Parceiros Estratégicos da Comunidade e órgãos da Rede de Atenção e Cuidados.
Neste contexto, segundo a bióloga, bacharel em enfermagem (há quase três décadas), e professora do CEEP em STI Carlos Corrêa de Menezes de Santanna II, Rosangela Bauetar Costa, “Saúde é tão importante quanto a outras áreas. Essa Feira de Saúde tem o objetivo de conscientizar a comunidade escolar sobre a prevenção das patologias de bases (doenças)”.
A educadora ainda chama atenção da população em geral sobre a “doença falciforme é hereditária por isso precisa ser diagnosticada na primeira semana de vida da criança através do teste do pezinho, em adulto há necessidade de fazer o exame eletroforese de hemoglobina”.
Para o professor de Educação Física do Colégio Estadual Carlos Santanna I, José M. Ferreira, 60 anos, “O projeto possibilita abertura de conhecimento, educação, cultura em geral e entretenimento para maior interesse dos alunos para assistir as aulas, além disso, ainda contribui para o não abandono dos estudos”.
Com uma programação diversificada, o evento aconteceu em dois momentos:
Pela manhã os estudantes participaram de rodas de conversas no Colégio Estadual Carlos Santanna I (Beco da Cultura, s/n, Nordeste de Amaralina) com os temas: empreendedorismo juvenil; narrativas trans; direitos de crianças, adolescentes e jovens; acolhimento de filhos (as) LGBTQI+; identidade étnico e racial; saúde mental e bem-estar na escola.
À tarde ocorreram onze oficinas de linguagens artísticas e de comunicação no Colégio Estadual Alfredo Magalhães (Rua Ipirá, s/n, Rio Vermelho) como: rap, poesia dança e grafite, design têxtil, capoeira, brincadeiras tradicionais, teatro, percussão e batalha de rima.
Vale ressaltar que durante a programação do Festival também aconteceram intervenções teatrais, musicais e poéticas. Além de exposições com peças de comunicação produzidas pelos estudantes das referidas instituições escolares e Feira de Saúde.
“Projeto como esse tem perspectiva de interagir entre as escolas e especialmente com adolescentes e jovens visando orienta-los como acessar órgãos e entidades que defendem direitos e protegem a infância e juventude. A maior oportunidade nossa é poder interagir com este público e atualizar nossos conhecimentos”, disse o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Salvador (CMDCA), Renildo Barbosa, 43 anos.
“A Região do Nordeste de Amaralina por ser quase sempre discriminada pela mídia tradicional e pelo imaginário da população de Salvador. Projeto como esse pode conectar jovens ao acesso a direitos e novas possibilidades de sonhos, existência e pertencimento do lugar. E criar outras narrativas da realidade cotidiana da localidade”, comentou Lucas B. Lima, 27 anos, do Programa Corra pro Abraço (Cipó-Comunicação Interativa) e educador na Biblioteca Comunitária Zeferina Beiru.
“A importância da participação estudantil no espaço escolar é de grande utilidade para a comunidade, por trazer uma abordagem clara sobre o fazer para todos os envolvidos no projeto, visando assim uma oportunidade de trabalhar com diversos contextos desse cenário tão desigual”, concluiu Rosilda da C. Sousa, 52 anos, estudante de Serviço Social do Centro Universitário Dom Pedro II, e estagiária do Centro Social Urbano – Nordeste de Amaralina.
Mais informação, visitar o portal: https://cipo.org.br/