“As pessoas precisam olhar para o Brasil com olhar de perspectivas e não de estereótipos. Lá fora só nos veem como mulher bonita. Não nos veem como inteligentes, engajadas. Eles não nos veem como potência intelectual. Isso temos que mudar aqui, nossa mentalidade, para expandir para outros lugares do mundo”.
Com essa frase, Djamila Ribeiro deu o tom do que seria seu encontro com Carla Akotirene para falar sobre “A importância das mulheres nos avanços dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável indicados pela ONU”. Muitos jovens e família se juntaram para ouvir as ideias, posições e expectativas de futuro das duas grandes lideranças femininas.
Tanto Djamila Ribeiro como Carla deixaram claro que é muito importante não falar apenas sobre a mulher, mas sobre a diversidade, sobre as minorias históricas que por anos foram deixadas à parte. Não poderá haver futuro sem entender que o hoje precisa mudar, sobretudo no Brasil.
“A maior parte das pessoas que passam fome, são negras. Não tem como discutir assuntos como o capitalismo sem discutir raça. Os nossos corpos foram mercadoria. Não tem como pensar em políticas públicas sem pensar no outro. Se a gente não olhar para essa perspectiva, a gente cai nesse discurso de mestiçagem – um país estruturalmente racista, que nega o racismo. Essa negação do racismo foi muito doloso para o Brasil”.
A força feminina, desde a criação, garante para as mulheres esse papel de tomar as rédeas da situação e agir de forma rápida, mobilizando.
“Olhar para o feminino foi importante para mim. Por mais que eu pensasse: meu pai estava trabalhando e era bacana, quem me arrumava para ir para escola? Quem arrumou meu cabelo? Quem me deu comida para ir para a escola?! Se meu pai me ensinou que eu tinha que estudar, minha mãe me ensinou a ter coragem. Sem coragem eu não estaria aqui hoje”, finalizou Djamila.
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