A operação realizada esta semana pela polícia Federal me chamou atenção em particular por duas situações: A primeira foi a foto de uma mãe abraçando o seu filho, um jovem traficante internacional de drogas, de classe média. A cena me fez lembrar outras cenas muito comuns que frequentemente aparecem nos jornais, onde mães estão de joelhos sobre o cadáver de seus filho. Estes também jovens, só que de classe nenhuma, passam a fazer parte da dura estatística e das colunas policialescas.
A mãe que aparecia esta semana abraçando seu filho, não estava ajoelhada sobre seu cadáver, estava na posição vertical.
A outra cena que também me chamou atenção foi o pai do suposto líder da quadrilha internacional de drogas, indignado com a prisão de seu filho, acusando a PF de fazer sensacionalismo com o caso. Outro dia as redes de televisão mostraram um rapaz sendo perseguido por um helicóptero da polícia civil, no final ele aparece morto crivado de balas oriundas do helicóptero. Não houve nenhuma indignação e, provavelmente o pai de hoje deve ter naquele momento dito que bandido tem mesmo é que morrer. E vai além: Meu filho fuma maconha desde os 14 anos. Ele sofre de uma doença e por isto necessita de usar maconha, tipo três cigarros por dia. Quando não esta tomando o seu remédio prescrito pelo médico da família, o jovem traficante de classe média investe as sobras do dinheiro que seu pai lhe dá para comprar fraldas para o seu filho no comercio internacional de armas. Armas estas que provavelmente estavam como aquele rapaz que a mãe teve que se ajoelhar para se despedir dele na favela da Coréia, ou quem sabe tenha sido usada pelas milícias da Zona Oeste do Rio em assassinatos violentos, ou para intimidar humildes trabalhadores e moradores, com a finalidade de extorquir dinheiro.
A verdade é que mais uma vez os meus futuros “coleguinhas” da imprensa, conseguem de forma nada sutil dizer à sociedade que estes traficantes são apenas “jovens”, quem sabe em busca de uma aventura, para no futuro escrever um livro e vender para algum diretor transformar em recorde de bilheteria.
Já escrevi aqui antes e repito: FOSSE O MOLEQUE DA FAVELA DO SAPO, BATAN OU QUALQUER OUTRA A MANCHETE SERIA OUTRA.
OPERAÇÃO DA POLÌCIA FEDERAL PRENDE TRAFICANTES DA FAVELA TAL. Aliás a prisão neste caso é quase um prêmio, a regra é matar primeiro, perguntar depois.
Quantos verdadeiros jovens estão dependentes, vitimas da ação desta quadrilha de filhinhos de papai?
Não pensem aqueles que me lêem pela primeira vez que sou um reacionário. Não, muito pelo contrario, sou um defensor ardoroso ( mesmo não sendo usuário) da descriminalização da maconha. Agora não dá para ler chamadas como as que li, e ficar achando que estes caras são vitimas do sistema. Nada disto,são ricos,bem informados e com total ciência dos atos que estavam cometendo.
Já que o assunto envolve jovens ricos, bem nutridos e com boa qualidade de vida, o que vocês tem a dizer dos meninos de Brasília que marcam pela internet encontros para se degladiarem, em alguns casos da mesma forma como nas arenas romanas. Ou seja: até a morte. Não são lindinhos estes meninos?
Dedico este texto a minha filha Natália que indignada ,pediu que eu comentasse o assunto.
Beijos no coração,
Sir Dema
*DJ da festa SOUL BABY SOUL e estudante de jornalismo.