Duas escolas de Paraisópolis viram centros de isolamento em São Paulo

Favela de Paraisópolis. Foto - Reprodução Internet.

Unidades de ensino serão utilizadas como alojamentos para desafogar os hospitais da região, na Zona Sul de São Paulo

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo vai autorizar a utilização de duas escolas da rede como centros de isolamento contra o coronavírus. As unidades são localizadas em Paraisópolis, na Zona Sul, segunda maior favela da capital.

As Escolas Estaduais Maria Zilda Gamba Natel e Etelvina de Goes Marcucci vão receber pacientes diagnosticados com a Covod-19 a partir do exame RT-PCR, que serão encaminhados por médicos para que fiquem isolados pelo tempo necessário evitando, assim, que se tornem transmissores dos vírus em suas casas.

“O enfrentamento à Covid-19 nas comunidades e favelas é um grande desafio para o Brasil. Com a união de todos – Governo e iniciativa privada –, transformamos essas duas escolas de Paraisópolis em uma extensão das casas para as pessoas infectadas que mais irão precisar desse apoio, neste momento”, destaca o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares.

A gestão dos centros será feita pela União dos Moradores de Paraisópolis, com o apoio financeiro de empresários e da sociedade civil, coordenados pela Associação Parceiros da Educação, que foi a organização responsável pelo levantamento dos recursos.

O Hospital Israelita Albert Einstein, responsável pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) da comunidade, e o Hospital Sírio-Libanês compõem o grupo de apoiadores técnicos da iniciativa.

O valor investido será de aproximadamente R$ 4 milhões, mas sem nenhum custo para o Governo do Estado. Os centros não vão funcionar como equipamentos de saúde, mas, sim, como alojamento temporário.

A medida tem o objetivo de evitar que as pessoas gripadas contaminem as pessoas que moram em suas residências. As escolas irão acolher em torno de 500 pessoas e todos terão de obedecer a protocolos de higiene, como uso de máscaras, talheres descartáveis para as refeições, além de organização do espaço que contribua com o distanciamento social entre os diversos estágios da doença.

Os centros irão oferecer, ainda, todo o suporte necessário, como alimentação e higiene pessoal, e serão mantidos pelo período necessário para conter a disseminação do vírus na região.