“Ô abre alas para a Império passar!” A Império Serrano, escola verde e branca de Madureira, abriu o domingo de desfiles do grupo especial do Carnaval carioca. A escola trouxe para a avenida, no seu enredo, uma versão do clássico de Gonzaguinha, “O Que É, o Que É?”, de 1982.
O carnavalesco responsável pela busca do título foi Paulo Menezes, que estreou na escola esse ano, mas está ativo nos carnavais cariocas desde 1992. Com base na música de Gonzaguinha, ele tentou descobrir o verdadeiro significado da vida, o maior patrimônio do ser humano. Sugeriu uma reflexão sobre nossos atos e atitudes, para que não tenhamos que nos deparar com o arrependimento. E aconselhou: o amor é o melhor caminho para aproveitá-la com intensidade.
Usar a música de Gonzaguinha foi uma ousadia e encontrou resistência, mas o desfile foi bem entregue. A bateria “A Sinfônica do Samba”, da rainha Quitéria Chagas e do mestre Gilmar, que chegou ao seu décimo desfile com a Império, teve o desafio de fazer ajustes para se adequar à música do MPB, bem diferente do samba. Na avenida, Dona Ivone Lara, a grande dama da escola e primeira mulher da ala de compositores da Império, que nos deixou no ano passado, foi homenageada na última alegoria.
A Império Serrano é uma das maiores escolas de samba do Rio de Janeiro, e junto com o Salgueiro, a quarta maior vencedora de todos os tempos, com 9 títulos da divisão de elite. Mas o último tem bastante tempo, foi lá em 1982. Em 2018, o desempenho foi ruim e a escola ficou em último lugar, o que quase provocou um rebaixamento.
Junto da Grande Rio, a penúltima, deveria ter sido rebaixada para o grupo de acesso, mas uma decisão não-unânime das escolas resolveu cancelar os rebaixamentos de ambas, como reportou o site da Band: https://setor1.band.uol.com.br/virou-mesa-grande-rio-e-imperio-escapam-do-rebaixamento/
A escola contou com 31 alas e 6 carros alegóricos. Uma chuva fina acompanhou o desfile, mas não causou complicações.