Quem imaginou que 2018 seria um ano tão terrível para o povo brasileiro e principalmente ao povo carioca e fluminense? Prisão do presidente Lula, assassinato de cinco jovens em Maricá, assassinato da Marielle e finalmente a intervenção militar no estado do Rio de Janeiro. Como podemos fazer uma síntese de todos esses fatos e de como eles nos afetarão? O Golpe de 2016 não acaba e todos esses fatos nos levam a crer que ainda está longe de acabar.
Estamos a passos largos para o retrocesso político e ideológico nunca visto. Discurso de ódio de todos os campos políticos partidários ou não. Os nervos estão a flor da pele e se a gente não tiver bastante cuidado, podemos ter consequências catastróficas.
O atentado a tiros na caravana do ex-presidente Lula, no Rio Grande do Sul, foi um acontecimento muito grave, que foi praticamente ignorado ou relativizado pela grande imprensa. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, teria dito que Lula teria “colhido o que plantou. O ex-prefeito de São Paulo teria dito a mesma coisa. Depois, ambos negaram terem dito isso, assim como uma senadora do Rio Grande do Sul, que aparece num vídeo elogiando e dizendo se orgulhar de ser gaúcha porque o povo da sua terra “botou o Lula pra correr” e, depois, nega mesmo com a prova do vídeo
Logo após a decretação da prisão do ex-presidente, Lula foi se reunir com dirigentes do PT e de outros partidos de esquerda e movimentos sociais. Partiu, então, a mobilização espontânea de um movimento de resistência, que se tornou um dos atos políticos mais importantes dos últimos tempos. Porém, infelizmente, equipes de jornalismo de TV foram ameaçadas e quase agredidas por manifestantes pró-Lula.
Não podemos achar que vamos vencer com essa narrativa ou atitudes. Os grandes articuladores do Golpe e seus parceiros querem mais é que a disputa continue assim, sem estratégias definidas, porque sabem que falta pouco para as eleições gerais e quanto mais tempo estivermos assim, nesse estado catatônico, mais fácil será para eles vencerem o pleito em outubro.
Todos falam em união das esquerdas, mas como seria essa união? Hoje, três partidos estão na linha de frente na luta pela volta da democracia, mas só tem duas cadeiras para governar: a do presidente e a do vice. Qual partido abriria mão de sua pré-candidatura? Se realmente o Lula não puder se candidatar, quem será o grande candidato da esquerda? Teria o PT desprendimento suficiente para apoiar uma chapa Manuela (PCdoB) / Boulos (PSOL) abrindo mão de lançar um candidato?