E se Deus fosse mulher?

Ah, e se a filha dela fosse enviada para libertar o povo, você, mesmo assim, a crucificaria? Não sabe responder, né?- Crédito: Pixabay

E se Deus fosse mulher?

E se fosse igual à natureza, à terra, à África, útero de todo o conhecimento e sabedoria? E se fosse negra ou Indígena ou Cigana? E se fosse gorda. Poderia?

Será que Deusa seria estereótipo de passividade, submissão, de prendada do lar, seria? Hein?

E se Deusa menstruasse, tivesse TPM, sangrasse todos os meses? Sentisse cólicas, dores do parto, amamentasse, cuidasse da cria? Como seria?

Se Deusa fosse mulher, você teria respeito? Colocaria uma imagem dela no peito? Humm?
Faria desenho, estátua de uma Redentora no Corcovado? Hã? O quê?

Se Deusa fosse mulher, como seriam tuas orações? Diante dela ou da imagem ou da projeção, ajoelharia? Tô esperando… Se Deus fosse mulher, para saudá-la você se curvaria?

Se Deusa fosse mulher, favelada, analfabeta, popular, Yalorixá, LGBTrans, como seria tua reação? Na Igreja ou Terreiro ou Boate dela você entraria?

Ah, e se a filha dela fosse enviada para libertar o povo, você, mesmo assim, a crucificaria? Não sabe responder, né?

O Machismo sequer permite pensar em outra fonte de poder, em outra fonte de inteligência, santidade, divindade que não seja branca, de olhos azuis e masculina. Por mais que isso choque tuas crenças e tradições, Deus é uma menina!

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Valdeck Almeida de Jesus
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista definido após várias tentativas em outros cursos, atua como free lancer, reconhecendo-se como tal há bastante tempo. Natural de Jequié-BA (1966), e escreve poesia desde os 12, sendo este o encontro com o mundo sem regras. Sua escrita tem como temática principal a denúncia: política, de gênero, de raça, de condição social, de preconceitos diversos: machismo, homofobia, racismo, misoginia. Coordena o movimento “Galinha pulando”, o qual pode ser visto no blog, no site e nas publicações impressas. Este movimento promove anualmente um concurso literário, aberto a escritores(as) do Brasil e do exterior. A poesia lhe trouxe o encantamento, mundos paralelos, as trocas, a autocrítica, a projeção de si e de outro(s), maior consciência de classe e de coletivo. Espera que as sementes plantadas se tornem árvores, florescendo e frutificando em solos assaz diversos. Possui 23 livros autorais e participa de 152 antologias. Tem textos publicados em espanhol, italiano, inglês, alemão, holandês e francês. Participa de vários coletivos da periferia de várias cidades, bem como de algumas academias culturais e literárias.