A pauta antirracista é hoje mundialmente tão importante quanto o combate à própria
pandemia. Afinal, como diz Emmanuel Acho, autor de Conversas desconfortáveis com
um homem negro que a LeYa Brasil está lançando agora em julho, o vírus do racismo é
o mais letal em circulação atualmente.
A partir de perguntas recebidas por email e pelas redes sociais, Acho, ex-jogador de futebol americano e hoje comentarista da Fox Sport, fala, de forma consciente e acolhedora, sobre escravidão, desigualdade, e sobre o racismo estrutural e sistêmico que assola a nossa sociedade. No livro, ele responde a essas perguntas – complexas e simples, insensíveis e consideradas tabu – que muitas pessoas hoje em dia podem ter medo de fazer sobre o tema.
Conversas desconfortáveis com um homem negro nasceu de uma websérie idealizada
por Acho, que estreou em junho de 2020 e fez um sucesso estrondoso na internet.
Foram mais de 17 milhões de visualizações e quase 500 mil inscritos no canal de
Emmanuel Acho no YouTube.
Essa websérie foi “descoberta” por Oprah Winfrey e transformada em livro em tempo
recorde. Publicado em novembro de 2020, no selo “An Oprah Book” da editora
Flatiron, o livro chegou à lista dos mais vendidos em apenas duas semanas, virou bestseller instantâneo do New York Times, foi escolhido pela Amazon US como um dos
melhores livros de 2020 e vendeu 100 mil exemplares em três meses.
O autor acredita que a solução para o racismo e suas consequências nefastas é a
empatia, e a empatia, segundo ele, só é alcançada com informação. Emmanuel então
decidiu criar esse “espaço seguro” para que pessoas brancas possam aprender mais
sobre tudo a que as pessoas negras estão submetidas diariamente.
O foco da obra não é necessariamente aqueles que pregam a supremacia branca ou
idolatram líderes racistas, mas todas as pessoas “de bem” que, no entanto, podem
reproduzir falas e comportamentos aprendidos ao longo da vida, com familiares e
amigos, que são, sim, racistas e preconceituosos e devem ser encarados e percebidos
como tais. Para Acho, a saída para combatermos o racismo sistêmico é envolver todas
as pessoas no problema, afinal, como diz o autor, “você não pode resolver um
problema que não sabe que tem”, e ele traz também a sua própria experiência para o livro.
Tendo escapado dos principais estereótipos relacionados a pessoas negras, como a pobreza, violência, crime e famílias disfuncionais, ele percebeu que o racismo pode, muitas vezes, se manifestar de formas bem sutis sem, no entanto, deixar de ferir ou de ser racismo: “Eu já sabia que havia vivenciado o racismo. Não aquele racismo declarado, com ofensas raciais explícitas ditas bem na sua cara. Era mais sutil. Como, por exemplo, as incontáveis vezes que alguém na escola – da educação infantil, passando pelo fundamental e até o ensino médio —, se sentou à minha mesa de almoço e, depois de me ouvir contar
alguma façanha no recreio, disse: ‘Você não fala como um negro’ ou ‘Você nem parece
negro’ ou ‘Você não se veste como um negro’. Ou o sempre popular: ‘Você é como um
Oreo: preto por fora, branco por dentro’.”
Um livro para quem acredita que uma boa dose de desconforto é a chave para grandes
transformações e que só com o engajamento de todos nós construiremos a humanidade com que sonhamos.
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