Dinâmicas e Teorias guiadas na oficina buscarão estimular a potência criativa e literária nas favelas e periferias. _ foto: Portal Ministério da Educação

O ano de 2024 está se encerrando, e com ele, surgem reflexões sobre o desenvolvimento de nossas crianças nas escolas brasileiras. Este ano, vimos um número significativo de crianças ingressando pela primeira vez na sala de aula, enquanto outros jovens, com esforço e resiliência, concluem o ensino médio. Contudo, temas como autismo, TDAH e feminicídio não podem ser ignorados em nossas discussões.

Será que apenas boas notas devem ser motivo de celebração para os pais? O sistema de avaliação escolar, muitas vezes, mostra-se cruel. Imagine uma criança que vive em um ambiente de violência doméstica sendo avaliada da mesma forma que outra que não enfrenta esses desafios. É desumano exigir o mesmo desempenho de crianças cujas realidades são tão distintas.

Além disso, devemos pensar nas crianças que perderam suas mães devido à violência doméstica. Este ano, vimos um aumento no número de crianças órfãs, cujas vidas foram profundamente impactadas. Como exigir que elas priorizem os estudos enquanto lidam com tamanha dor e perda? A mãe, que talvez segurasse suas mãos até a escola, já não está mais lá.

Essas crianças, que nunca foram ouvidas, são constantemente cobradas por notas. Mas o que elas realmente precisam é de empatia, apoio e um sistema educacional que entenda suas necessidades. Precisamos de uma educação inclusiva que acolha as crianças com autismo, que compreenda as nuances do TDAH e que reconheça o trauma de tantas crianças que enfrentam lutos precoces.

O futuro da educação brasileira deve ser mais humano e acolhedor, capaz de enxergar cada criança como única. Que possamos sonhar com um país onde todas as crianças sejam ouvidas. O caminho para uma educação mais inclusiva e humana começa com a compreensão de que cada criança tem suas singularidades. É essencial adaptar os métodos pedagógicos para acolher quem vê e vive o mundo de forma diferente, seja por causa do autismo, do TDAH ou das cicatrizes deixadas pelas circunstâncias da vida.

Que possamos construir um sistema educacional que celebre a diversidade, priorize o apoio emocional e esteja comprometido em não deixar nenhuma criança para trás. Viva a educação, viva a inclusão e viva um Brasil mais justo para todos