“Eu quero que saibam que o único motivo deu estar fazendo isso, é porque as pessoas pensam que me conhecem. Elas acham que sabem como eu sou. Mas a verdade é que elas não me conhecem. Mas enfim, se no fim das contas, isso ajudar outras pessoas, por mim tudo bem!
Eu me considero diferente, mas quem quer ser igual a todo mundo? Eu não!
Alguns me chamam de doida e eu odeio esse termo. Eu não acredito nele, ou melhor, eu não acredito nesses rótulos, mas fazer o quê? É nós!” (Ela quer tudo, série norte-americana)
Se você ainda não conhece a Nola Darlyn, te recomendo colocá-la em lista de prioridade na próxima sessão Netflix, mas hoje, Nola vai se destacar como introdução do que muitas vezes nós, mulheres, principalmente negras, queremos e desejamos falar ou fazer e ainda somos paralisadas, vezes por atitudes, outras por barreiras profissionais, sexuais, religiosa, entre tantas.
Há muitas críticas a respeito da série, que leva o nome de Ela quer tudo e embora as críticas sejam, por muitas vezes legítima, vale a pena destacar alguns pontos importantes.
O que mais me chama atenção na trama, é que Darlyn, apesar de levantar vivências (infelizmente) habituais para uma mulher negra, em termos de sociedade, se destaca, também, como uma mulher que quer tudo e enfrenta diversas questões para conquistar o que deseja. Seja na vida sexual, profissional ou em outras relações paralelas.
Nola quer tudo. Eu quero tudo. Nós queremos tudo! E vamos brindar a cada conquista.
Com essas afirmativas, pretendo expor que desejamos não apenas o que nos está disponível. Queremos quanto mulheres, faveladxs ou negrxs, alcançar cada parte do que desejarmos.
Mais do que sobre racismo, sobre genocídio, feminicídio ou como somos sexys e sambamos bem. Esses assuntos são pertinentes, mas temos uma vida amplamente cheia de perspectivas e narrativas tão necessárias e importantes quanto nossa cor de pele ou situação social e o que vivenciamos por conta dela.
Pensando justamente nesse tema, três mulheres brasileiras se juntaram. Exaustas de serem convidadas (ou não) para repetidamente relatarem os mesmos temas, elas se uniram para contarem sobre suas trajetórias quanto mulheres, seus anseios, suas vontades, seus dias de glória e de fracassos.
Elas possuem família, se divertem, falam (e fazem) sexo, choram e se colocam fortes. Elas estão querendo assunto e contribuindo para uma sociedade de mulheres que vivem e querem viver o que desejam, mesmo que a sociedade ainda lhe diga que não é bem assim.
É a liberdade de ser ou não. De não prestarem contas ou passarem um recibo de vulnerabilidade em toda oportunidade.
Ana Paula Lisboa, Ellen Paes e Taísa Machado são três potências completamente diferentes, seja pela estética, seja na profissão, em seus lugares na sociedade ou inclusive em seus olhares pelo mundo e é justamente esse um dos pontos que faz a nova proposta de conteúdo ser tão interessante.
Juntas defendem o direito de que eu posso ser eu mesma, sem obrigações, padrões, imposições ou expectativas externas ou internas.
Afinal de contas, estamos definitivamente nesse mundo, Querendo Assunto.