Por Charles Monteiro e Rosana Roxo
Depois de três dias de intensa programação, o I Encontro Latino-Americano de Comunicação Comunitária encerrou suas atividades com uma ocupação no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno no último domingo, 09. Articuladores e artistas da cidade de Niterói (RJ) se reuniram para discutir política cultural e apresentar ao público a força dos movimentos de rua em uma reunião dos Pontos de Cultura do Rio e uma mostra de arte urbana.
Uma reunião do Fórum dos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro fez parte da agenda do evento e reuniu produtores e gestores de todo o Rio. Durante a reunião, foi lançada oficialmente a Caravana Rumo a Quito, que vai levar um grupo de atores locais ao III Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que acontece no Equador, de 20 a 25 de novembro de 2017.
A arte urbana também marcou presença no encerramento do evento, com grafitti dos artistas Cazé e Ururah, batalha de MCs promovida pelo Conexão Favela e Arte e dança de rua com o grupo Wolfcrew no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.
Saldo do encontro foi positivo
Para a organização do I Encontro Latino-americano de Comunicacação Comunitária, o evento gerou frutos positivos. Mais de 1.000 pessoas passaram pelas sete rodas de conversa, shows e exposições realizados durante o encontro, que aconteceu em cinco espaços culturais de Niterói. Além de comunicadores comunitários de vários países da América Latina, também estiveram presentes no ELACC moradores e representantes de associações de moradores de favelas, o que possibilitou a troca de experiências e o aprendizado com Programa Cultura Viva Comunitária, que promove e fomenta a cultura popular e tradicional em diversos países da América Latina.
Para o curador do ELACC Alexandre Santini, a realização do evento foi uma vitória: “O mais importante foi o encontro ter acontecido, mesmo sendo um evento colaborativo, autogestionado e com poucos recurso”, conta. O diretor da Agência de Notícias das Favelas André Fernandes destaca que, apesar de existirem milhares de comunicadores comunitários no continente, nunca havia acontecido um evento desta dimensão e formato. “O encontro foi um grande marco por reunir pessoas de diversos países para falar de comunicação comunitária”, afirma. Ele sonha agora criar uma associação latino-americana de mídia livre, com formato institucional, para abranger um maior número de pessoas e expandir a rede.
Nesta segunda, 10, aconteceu também uma reunião de organizadores e participantes internacionais do I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária junto à Secretaria de Cultura de Niterói para uma proposta de financiamento a Caravana Rumo a Quito para os ativistas dos Pontos de Cultura da cidade. A iniciativa pode reverberar para outros municípios e estados, viabilizando a participação brasileira no evento.