Na semana passada, atos contra as medidas de isolamento social e em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro aconteceram em algumas regiões do país.
Manifestantes fizeram carreatas, se aglomeram nas ruas e fizeram barulho em frente a hospitais, onde outras pessoas lutam para viver, onde médicos e diversos profissionais sacrificam suas vidas e saúde para cuidar do outro.
No domingo, 19, Bolsonaro discursou em um ato onde pessoas exibiam faixas com mensagens que pediam intervenção militar e a volta do AI5, decreto que institucionalizou a repressão política, permitia o fechamento do congresso nacional, a cassação de mandatos, decretou a censura e suspensão de direitos de qualquer cidadão.
Bolsonaro viu e ouviu pedidos que ferem e contrariam a democracia, não expressou nenhuma objeção no momento, pelo contrário, manteve um discurso alinhado, transmitiu ao vivo a manifestação em uma rede social, e fez postagem destacando a frase de seu discurso: “Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil.” Além de descumprir mais uma vez as medidas de distanciamento social orientadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e promover aglomeração, o que coopera com a velocidade do contágio da Covid-19.
Inúmeras pessoas incluindo políticos, juristas, autoridades e sociedade civil repudiaram através de rede sociais os pedidos antidemocráticos dos simpatizantes e a postura adotada pelo presidente.
Tudo isso acontece no momento em que o mundo enfrenta uma pandemia que já matou milhares de pessoas, que a curva de contaminação ganha força e só cresce em todo o país, que muitos hospitais atingem sua capacidade máxima de internações e pessoas aguardam em filas por um leito de UTI, que médicos e profissionais de saúde estão na linha de frente, sofrendo com falta de EPIs, sendo contaminados, longe de seus familiares e muitos morrendo.
No momento em que pessoas mortas são acumuladas no mesmo ambiente que pacientes internados e contêineres frigoríficos são adquiridos para armazenar corpos. Onde até mesmo o sistema funerário enfrenta dificuldades.
No dia seguinte em entrevista, o governante atribuiu as manifestações inaceitáveis a infiltrados. Defendeu a democracia e a liberdade dizendo: “Eu sou a constituição” o que é bem contraditório.
Mas não é de agora que Jair flerta com a ditadura, nega a existência do golpe militar, sugerindo comemoração em quartéis, renomeado a data como: “Dia da liberdade”, admira e homenageia torturador. Ele nunca usou máscara!