Assim como os números de mortos não são apenas frias estatísticas, os sobreviventes da Covid-19 também têm nomes, rostos e histórias. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, já são mais de três milhões de pessoas recuperadas da doença, cerca de 160 mil delas no Maranhão.
O cantor Bruno Martins é um dos que venceram o novo coronavírus. Aos 30 anos, sem nenhuma comorbidade e saudável, ele contraiu a Covid-19 e passou 39 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 27 deles em coma induzido. Bruno chegou a ter mais de 75% do pulmão comprometido. “Só um milagre me tiraria dali”, afirma o cantor, que pouco antes de ter os primeiros sintomas, lançou uma música em homenagem às vítimas da doença e também motivando os pacientes internados.
Agora, em recuperação, ele conta que espera seguir a vida de forma mais leve e bem longe do silêncio que os corredores de um hospital pedem. “Voltei a essa vida pra fazer a diferença”, diz.
Por se tratar de uma doença nova, sobre a qual se estuda ao mesmo tempo em que se tenta combater, existem lacunas ainda não preenchidas pela Ciência. Explicações mais detalhadas sobre o quadro clínico de cada sobrevivente provavelmente virão com o tempo, ao passo em que as pesquisas avançam.
De uma hora para a outra, a enfermeira Graciane Miranda, de 37 anos, viu a mãe, Ana Maria Miranda, se tornar uma vítima da Covid-19, aos 67 anos.
Os sintomas que começaram leves e semelhantes aos de uma gripe se acentuaram. Ana Maria Miranda teve mais de 50% do pulmão comprometido. Era apenas o começo: a Covid-19 causou nela lesões cranianas graves.
Foi após voltar a receber visitas dos familiares no leito do hospital que o quadro clínico começou a ser revertido a ponto das lesões no crânio regredirem totalmente. “Os médicos não sabem dizer o que aconteceu. Nós somos convictos de que foi um milagre de Deus!”, conta a Graciane, que acompanhou de perto o tratamento da mãe.
Já em casa, a recuperação permanece causando surpresa à equipe médica. Graciane conta que Ana Maria segue tendo melhoras cada vez mais significativas. “Tem sido uma vitória diária, a gente é muito grato por isso”, declara.
Ainda não há data para que uma vacina contra o coronavírus esteja disponível à população. Diante disso, a orientação mais eficaz para evitar o contágio permanece a mesma: evitar aglomerações, manter o uso de máscaras, higienizar bem as mãos e superfície e respeitar o distanciamento social.
Mesmo que ainda não haja uma explicação clara sobre o que levou os dois pacientes citados nesta matéria à recuperação, nos dois casos os tratamentos médicos foram iniciados ao surgirem os primeiros sintomas e toda a assistência de saúde disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) foi e continua sendo prestada.
Esta matéria foi produzida com apoio do Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo do Google News Initiative.