No período de outubro a março, em que se registra o maior volume de chuva no país, ocorre o aumento no número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O mosquito, velho conhecido dos brasileiros, é transmissor dos vírus da dengue, da zika e da febre chikungunya. O primeiro caso de dengue registrado no país data de 1986, enquanto em 2014 e 2015 identificou-se, pela primeira vez, a ocorrência das duas outras doenças, respectivamente.
Presente nas zonas tropicais do planeta, o Aedes aegypti encontra nesta temporada o melhor cenário para desenvolvimento de seus ovos, devido às condições ambientais. Porém, sabe-se que, a qualquer época do ano, o acúmulo de água parada propicia a reprodução: os ovos, resistentes a dessecação, podem sobreviver até 450 dias no meio ambiente, desde que haja um volume mínimo para que as larvas eclodam.
Os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde no Boletim Epidemiológico 45 de 2018, que registrou entre 31/12/2017 e 10/11/2018, indicam que a região Sudeste é a terceira do país com o maior índice de casos prováveis de dengue. Até a Semana Epidemológica (SE) 45, a região Centro-Oeste apresentou o maior número (83.587 casos). Em segundo lugar, está a região Nordeste, com 64.124 casos. O Sudeste, com 63.796 casos, representa 28% em relação ao total do país. As regiões Norte e Sul, registraram juntas, 7,3% de todos os casos prováveis computados. São entendidos como “casos prováveis” todos aqueles notificados, excluindo-se os descartados por diagnóstico laboratorial negativo, com coleta oportuna ou por diagnóstico de outras doenças.
Outra fonte importante para analisar, em tempo atual, a situação das arboviroses no estado e no município do Rio é o Sistema InfoDengue. Quando analisado o ano de 2018 no município do Rio de Janeiro, nota-se que o combate ao Aedes aegypti não pode ser interrompido. O mapa permanece amarelo quando o tempo favorece a reprodução rápida do mosquito (aumentos de temperatura, por exemplo). Percebe-se que os alertas podem refletir diretamente no número de casos registrados em seguida, como mostra o mapa.
Embora o gráfico aponte meses de alerta verde, sabe-se que o período atual poderá facilitar a distribuição do mosquito pela região. As áreas mais vulneráveis, de acordo com o Ministério da Saúde, são cidades bastante urbanizadas e locais onde haja crescimento urbano desordenado, e com maior proporção de ruas sem pavimentação. Além disso, locais com grande quantidade de criadouros (meios que apresentem piscinas, caixas d’água parcialmente tampadas, pneus, garrafas e lixo a céu aberto) precisam receber atenção especial.