Mais uma vez, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, contou ao Juiz Marcelo Bretas um pouco mais de suas práticas obscuras. Na segunda-feira, o mesmo delatou à justiça o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur. Este teria ajudado financeiramente a campanha de Eduardo Paes para a prefeitura em 2008 via caixa dois.
“Chegamos a 2008 e consegui convencê-lo (Arthur) a ser o maior doador do Eduardo Paes. Ele deu R$ 6 milhões na campanha do Eduardo” pontuou o interrogado. Em troca, eram cobradas vantagens nos contratos que viriam a ser firmados com o governo depois de elaborarem todo o esquema. “Muitos dos contratos da prefeitura eram com Oss (organizações sociais) e isso excluía o Arthur. Ele não trabalhava com OSs. Por isso que teve essa dificuldade até encontrar a solução no centro de monitoramento da prefeitura (Centro de operações de Controle, localizado na cidade nova)”, revelou.
Em resposta, o atual filiado Democrata alegou que todas as contribuições feitas foram de modo voluntário e espontâneo. Além disso, citou que elas foram declaradas e aprovadas pela justiça eleitoral. No mais, ainda rebateu o ex-governador ao apontar que “o próprio Sr. Sérgio Cabral já admitiu perante o juiz Marcelo Bretas que Eduardo Paes não fazia parte da sua organização”.
Além de por o antigo colega na “bocada”, ele conseguiu também recursos para o na época candidato ao Senado, Lindbergh Farias, seu aliado político e coligado partidário, levando em consideração a antiga aliança entre PT e PMDB. “Em 2010, como a campanha foi muito grande, Arthur deu R$ 5 milhões à minha campanha, mas deu mais 5 milhões à campanha do Lindbergh Farias ao Senado, a meu pedido, já que o apoiava”.