Em nota, prefeitura fala sobre a destruição do espaço do projeto “Olho no Lixo”

Como a ANF vem mostrando desde a sexta-feira (16) a prefeitura do Rio demoliu o espaço do projeto De Olho no Lixo, um espaço super importante atuante na Rocinha desde 2016, o projeto realiza o trabalho de manejo correto dos resíduos sólidos, visando a minimizar ao máximo o impacto negativo provocado pelo lixo na localidade, tendo retirado, até o presente momento, 3.400 litros de óleo de cozinha reciclado e 888 toneladas de resíduos sólidos em pontos estratégicos da comunidade. Atualmente, o projeto também acolhe uma classe de alfabetização para adultos e aulas de inglês para os cooperados.

http://www.anf.org.br/prefeitura-remove-projeto-de-olho-no-lixo-na-rocinha/

http://www.anf.org.br/mais-um-abuso-oficial/

Em nota a prefeitura se posicionou:

Oi, ANF! A Prefeitura do Rio vem a público prestar os seguintes esclarecimentos sobre a transferência do projeto “De olho no lixo”, localizado na Rocinha:

1) Não é verdade que o processo de transferência, iniciado nesta sexta-feira (16), não tenha sido negociado com representantes do Governo do Estado e a ONG Viva Rio; 
2) Esta transferência integra o programa de reurbanização da Rocinha, que foi amplamente discutido com a comunidade;
3) Dirigentes da ONG foram insistentemente ao longo de seis meses convocados a participar do processo de transferência, mas nenhum representante respondeu às convocações;
4) Mesmo diante da falta de disponibilidade da direção da ONG de participar do processo de transferência, a prefeitura disponibilizou uma nova área para sediar o projeto, que será futuramente na Estrada da Gávea;
5) O real motivo da transferência era que a área em que se localizava o projeto “De olho no lixo” não apresentava infraestrutura necessária para abrigar as atividades da ONG. O material oriundo da coleta dos catadores era armazenado em local inadequado atraindo ratos e todo tipo de insetos. E o que é mais grave, a insalubridade do local colocava em risco a saúde daquela comunidade. Vamos aos fatos: 
– O lixo não estava adequadamente tratado, estando exposto a intempéries, o que pode, no limite, gerar o criadouro de vetores de transmissão de doença, como dengue, zika, febre amarela e chikungunya. 
– A logística de operação da ONG impedia o acesso de caminhões da Comlurb à localidade. 
6) A logística de operação da ONG prejudicava o deslocamento de viaturas e efetivos policiais; 
7) Ontem, durante a operação, 3,5 toneladas de material contaminado foram recolhidas pela Comlurb;
8) Como decorrência da falta de organização das atividades da ONG, outras atividades irregulares se instalaram na área, levando o caos à comunidade, tais como:
– Vagas de estacionamento irregulares, dificultando a mobilidade das pessoas com deficiência, o serviço legalizado de mototaxistas e acessos de ambulâncias.
– No local, havia ainda a presença de ambulantes ilegais. Tais ambulantes cometiam atos à margem da lei, como o furto de energia e venda de mercadoria sem nota fiscal.

De forma sumária, podemos dizer que a transferência da sede do projeto “De olho no lixo” seguiu os seguintes princípios:
– Insistentes tentativas por seis meses de negociar a mudança;
– A eliminação de focos de doenças;
– O ordenamento público com vistas a aumentar os serviços públicos de segurança e saúde para a localidade.”