O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato cassado pela Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (12). Em uma votação expressiva, foram 450 votos a favor da cassação e apenas 10 contra. Cunha era réu em processo por quebra de decoro parlamentar, acusado de mentir à CPI da Petrobras sobre possuir contas ilegais no exterior. Ele fica inelegível até 2026 e agora deve responder a diversas acusações, entre elas, a de manter contas ilegais na Suíça, recebimento de propina e lavagem de dinheiro, na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atua o juiz Sergio Moro, líder da Operação Lava Jato.

Durante os 11 meses do mais longo processo de cassação de mandato da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha tentou realizar diversas manobras para adiar as votações. Ele também atuou para apressar a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e renunciou à presidência da Câmara como uma maneira de salvar o mandato e o foro privilegiado que o livrava de investigações na justiça comum. Mas nada disso pôde salvar o deputado: apenas os aliados Arthur Lira (PP-AL), Carlos Andrade (PHS-RR), Carlos Marun (PMDB-MS), Dâmina Pereira (PSL-MG), Jozi Araújo (PTN-AP), João Carlos Bacelar (PR-BA), Júlia Marinho (PSC-PA), Marco Feliciano (PSC-SP), Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Wellington Ribeiro (PR-PB) votaram contra a cassação. Nenhum deputado do Rio de Janeiro seguiu estes votos.