“Enquanto a fome sem nome se espalha, nada pra comer na Somália”… esta frase é da música Somália, do show Minha MPB Morde, o autor é Fabrício Fortes que junto a Ana Neves cantam a realidade do povo.
ANF: O que te inspirou a criar essa música?
Fabrício Fortes: Então amigo, fiz a música Somália em 2011 assistindo um telejornal falar da situação do país africano naquele ano e me gerou grande tristeza pela humanidade ainda não conseguir perceber que estamos todos conectados como irmãos de tudo o que vive e que esse planeta é tudo o que temos de realmente importante. Chorei de fato enquanto escrevia essa canção.
ANF: E você Ana Neves, o quê você sente quando canta está canção. Principalmente agora com essa epidemia?
Ana Neves: Na verdade eu não sinto grande diferença cantando a Somália no contexto com pandemia ou sem pandemia. Porque eu acho que a Somália descreve o que sempre houve, o que sempre aconteceu. Sempre olhei para a rua com as diferenças de classes como um problema. Sou de família pobre da periferia, sei com é que funciona. Já trabalhei em vários lugares de galera rica e a gente sabe como é que funciona isso. Quem tem mais grana, vai ter mais condições de atendimento, de tratamento de tudo.
Com a pandemia os governos estaduais promovem o confinamento e a proibição de aglomeração de pessoas. Nas praias bombeiros orientam que os banhistas voltem para casa. Os grandes centros estão vazios, milhares de trabalhadores informais estão sem sustento.
Por outro lado, alguns trabalhadores estão se organizando em coletivos de solidariedade. Um deles é a Rede de apoio mutuo – Artistas de rua, correrias e camelôs – Nós por Nós. O grupo é no Facebook e busca propostas, demandas, sugestões, iniciativas e ações praticas.
Mas como a situação é extrema o protagonista do documentário Meu Palco é a Rua – o baterista – Calebi Bendito está passando o chapéu pela internet.
Calebi Benedito: -Amigos por causa desta pandemia não posso tocar nas ruas, toco há quase dez anos nelas portanto, estou passando o “chapéu” por aqui . Conto com a vossa solidariedade e que chegue logo dias melhores em nossas vidas. Abraços.
Caixa Econômica AG 0190 13 poupança 00556931-8 Calebi Benedito CPF 01321771703. Todos que colaborarem receberão o link do filme Meu Palco é a Rua.
O filme mostra a luta dos artistas de rua, foi gravado em São João de Meriti e Rio de Janeiro. Com o apoio da Agência de Noticias das Favelas levou mais de 200 pessoas em sua estreia na Cinemateca no Mam em setembro de 2019.
Antes da pandemia do Covid-19 a situação para os artistas de rua já estava difícil. A proibição das artes nos transportes públicos foi uma invenção do então vereador Flávio Bolsonaro. Um dos lugares que passaram a ser referência para os artistas no Centro do Rio foi o Espaço NIX Cultural que teve que criar uma estratégia para se manter depois que essa epidemia passar.
A tecnologia social pensada foi um tipo de pré-pago. Você doa para o NIX CULTURAL um valor e depois pode ir consumir no espaço.
Em uma nota em sua página nas redes sociais a proprietária poeta Monique Nix relatou que sua divida com a manutenção do espaço gira em torno de R$ 20mil por mês, por isso teve que se inovar para se manter no mercado e voltar a ser um dos lugares mais importantes da cena cultural carioca.
Veja a página do NIX CULTURAL https://www.facebook.com/nixcultural
Veja no link do grupo da Rede de Apoio Mutuo – Artistas de rua, correrias e camelos -Nós por Nós. https://www.facebook.com/groups/2628548337402353
Veja o tieser do filme Meu Palco é a Rua. Ou, se preferir, Clique aqui.