Os entregadores de comida por aplicativos denunciaram na Avenida Paulista neste sábado, 6, as condições precárias de trabalho, pedindo o fim das pontuações da Rappi, que impedem os entregadores de pegar corridas em determinados lugares se não atingirem a pontuação. “Vem pra rua vem, o aplicativo não tá pagando bem”; “Queremos melhoria” e “Não tem entrega não, a nossa vida vale mais do que o patrão” foram alguns dos gritos na manifestação.
Os trabalhadores escancaram a exploração e opressão das empresas e afirmam: “A Rappi escraviza a gente”. Acusam a falta de contratos e denunciam diversos casos absurdos no trabalho precário. Entre as denúncias eles dizem que são proibidos de usar banheiro em locais por serem negros, e que apesar de a Rappi ter dito que ofereceria álcool em gel e luvas, até agora não deu nada e ainda bloqueou trabalhadores. Além disso, também se posicionam contra o mito do empreendedorismo, dizendo: “Não somos empreendedores, somos força de trabalho”.
Em tempos em que a fúria negra se levanta nos EUA e contagia o mundo com manifestações antirracistas e antifascistas, o sentimento de revolta desses entregadores é um respiro de esperança contra a escalada autoritária que vemos no governo.
Nós do Esquerda Diário colocamos todas as nossas forças para estar ao lado desses trabalhadores contra o emprego precário, o racismo e o capitalismo! Por isso chamamos todos que puderem aos atos antirracistas e antifascistas deste domingo, 7.
É necessário que esses trabalhadores tenham garantia de EPIs, auxílio emergencial de um salário médio de R$2000 básico que corresponde às necessidades de vida do trabalhador brasileiro, proibição das demissões, porque o patrão se beneficia delas para que seus lucros não sejam tocados.
(Originalmente publicado no Esquerda Diário)