Após receber a medalha Theodosina Ribeiro, no dia 31 de março, em sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a escritora e jornalista Elizandra Souza realiza um percurso em São Paulo para divulgar seu último livro: Quem pode acalmar este redemoinho em ser mulher preta?
Iniciativa da Deputada e artista Leci Brandão, a medalha é um reconhecimento a mulheres que se dedicam ao ativismo político, social e cultural.
Integrante e fundadora do Sarau das Pretas, poeta, jornalista e ativista cultural há 21 anos, a escritora tem quatro livros publicados:
Quem pode acalmar esse redemoinho de ser mulher preta?, 2021
Filha do fogo – 12 contos de amor e cura, 2020
Águas da Cabaça, 2012, poesias
Punga, Edições Toró, 2007
Ela também é editora das publicações do Coletivo Mjiba e coorganizadora da Antologia Narrativas Pretas – Sarau das Pretas (2020) e Publica Preta – Manual de Publicação Independente (2021).
Escritora movida à ancestralidade
Para a escritora, receber a homenagem como a Medalha Theodosina Ribeiro das mãos da Deputada Leci Brandão, dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo, ao lado de tantas mulheres, traz um estímulo e uma sensação de que é preciso continuar.
“Ser escritora negra em um país que tem um índice de leitura muito abaixo do ideal é se forjar todo dia. Essa manhã foi movida pela ancestralidade que nos levanta e sopra nos nossos ouvidos que a luta está apenas começando e que muitas antes de nós não desistiram, e por isso eu pude ter a oportunidade da voz quando muitas foram silenciadas”, afirmou.
Segundo ela, a Alesp é um lugar que deveria ser a casa do povo, mas ainda está bem distante deste mesmo povo que elege deputadas e deputados. “Estou feliz e viva, celebrando a minha história e a minha possibilidade de existência. Regando-me e regando tantas outras que também usam a palavra como ferramenta de transformação social”, destaca.
Quem foi Theodosina Ribeiro?
Inspiração para o nome da Medalha, Dra. Theodosina Ribeiro nasceu em 29 de maio de 1930 na cidade de Barretos (SP). Foi a primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo, sendo eleita em 1970 com a segunda maior votação daquele pleito.
Em 1974, foi eleita a primeira deputada negra da Assembleia Legislativa do Estado, onde ocupou o cargo de vice-presidente e permaneceu por três legislaturas.
Dra. Theodosina é formada em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Mogi das Cruzes e em Direito, pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas.
A filósofa, advogada e ex-deputada se tornou uma referência e um estímulo para negras e negros ingressarem na política. Ela faleceu em abril de 2020, aos 89 anos.
Outras homenageadas na Alesp
Além da Elizandra Souza, outras mulheres receberam a Medalha Theodosina Ribeiro:
Maura Rita de Oliveira, Coordenadora Estadual de Logística da Cufa, Central Única das Favelas
Pedagoga Caroline Jango
Cris Cambaré, diretora de Futebol feminino do Corinthians FC
Clodd Dias, mulher trans, militante feminista, poeta, artista de teatro, cinema e intérprete
Jovita Moraes, liderança comunitária de Brasilândia, zona Norte de São Paulo
Marisa Fernandes, mestre em História Social, ativista e uma das precursoras do movimento de lésbicas feministas
Marisa de Oyá, dirigente do Ilê Asé Oyá Mesan e Ògún.
As premiadas desta edição e mais informações da Premiação estão em http://www.deputadalecibrandao.com.br/theodosina/
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