O espetáculo “Corpo Minado” aborda as complexidades da estrutura social enfrentada por mulheres negras periféricas na intersecção de gênero, sexualidade, raça, classe e território em suas trajetórias.
No palco cinco atrizes encenam narrativas sob diferentes perspectivas, além das suas ações no cotidiano no seu aspecto tecnológico e afetivo. Em um jogo cênico elas encontram espaço para suas perspectivas, através de uma escrita autobiográfica que perfura a trama fictícia, na maneira particular de como uma organização milenar atravessa suas vidas. ressaltando a importância da ocupação de mulheres negras, periféricas e LBTQIA+ na Cultura.
“A gente nunca quis falar da dor dessas mulheres que é algo dado, mas, apesar disso, ela não é a protagonista da história das mesmas”, ressaltou a diretora Desirée Santos
Após a suspensão por quase dois anos diante da pandemia de Covid-19, Corpo Minado” está de volta aos palcos até o dia 17 de julho, no Teatro Sérgio Porto, Humaitá, no Rio de Janeiro, evidenciando a fragilidade, força, pluralidade, potência e a luta de mulheres negras, periféricas e LBTQIA+ para conquistarem espaços pelo setor artístico e cultural do Brasil.
Vencedora do prêmio Programa de Fomento à Cultura (FOCA), na categoria “Arte racista”, a peça elucida as complexidades da estrutura social enfrentada por mulheres marginalizadas na intersecção de gênero, sexualidade, raça, classe e território em suas trajetórias.
A diretora Desirée Santos destacou a importância deste projeto. “Estamos muito felizes com este espetáculo idealizado pelo Grupo Atiro que para nós é uma grande retomada. A gente nunca quis falar da dor dessas mulheres, ela não é a protagonista da história das mesmas. O espetáculo aborda na ficção a importância da oralidade como tecnologia ancestral e contemporânea de um jeito lúdico e bem humorado, reunindo memória e corpo como principais pilares construtores da cena”, ressaltou.
“Corpo Minado” é uma proposta do ‘Grupo Atiro’, oriundo da Maré, em atividade desde 2016. Iniciado em 2020, depois do intervalo do período que acontecia no teatro do SESC Ginástico devido ao cenário pandêmico, o projeto atual conta com a remontagem cênica e dramatúrgica do espetáculo, apresentações e debates com o público. E, antes disso, a peça já realizou temporadas pelo Centro de Artes da Maré (2018), UNIRIO (2019), Mostra SESC Regional de Artes Cênicas da Zona Norte (2019), no SESC Ginástico (2020) e a versão virtual “Corpo Minado em quarentena” no mesmo ano.
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