Desculpe o transtorno. Estamos em obras para melhor atendê-lo!
Prestes a virar o calendário e começar mais um ano, me permito fazer um resumo dos meses que se passaram. Foram traumas, conquistas, experiências, conexões, desapegos, medo e coragem. Lágrimas e sorrisos trabalharam paralelamente em busca de algo que fosse além das fragilidades que quase me fizeram desistir.
Acredito que, com você, possa ter acontecido algo parecido. Certo? Em meio aos desencontros da vida, por vezes nos parece que nada está mudando de lugar. Isso é quase uma verdade absoluta. A gente até acredita que não existe saída.
Sempre achei sensacional essa invenção de virada do calendário, de celebração para concluir uma etapa de 365 dias. Um ciclo de 12 meses que nos permite respirar e acreditar que o milagre do cotidiano ainda pode nos salvar na virada de página.
No meio do caminho, encontrei algumas viradas que me deram respiros contínuos nesses meses que se passaram. São conexões que me impulsionaram a continuar resistindo. Dessa vez, gostaria de dividi-las com você.
Você conhece Juliana Henrik?
A Ju tem uma iniciativa que, para quem entende superficialmente de moda, parece não fazer sentido, mas basta conhecer essa garota e a energia que ela entrega nas ações que realiza para compreendermos que estamos falando de elevação coletiva e autoestima.
Conheça mais sobre o Favela é Fashion, que oferece cursos de modelo e manequim para jovens do Complexo do Alemão e outras favelas.
Aline Fróes e Igor Couto, possuem um projeto que potencializa jovens de favelas cariocas, através da tecnologia. Eles sustentam a crença de que todo indivíduo é capaz de alcançar lugares de protagonismo, mas em territórios de vulnerabilidade social, é necessário ir além.
Juntamente com ativistas locais, mudam o mundo com o programa Vai na WEB, voltado para a linguagem de programação, e, recentemente, realizaram o StartupIN Favelas, que reuniu mais de 80 empreendedores do Rio de Janeiro em 48 horas de conhecimento e trocas que alavancaram seus negócios. A primeira edição deste evento, que ocorreu em Lisboa, ganhou versão carioca com protagonismo de favelados que, juntos, vão mudar as suas e outras histórias.
O Coletivo Mandume também é uma dessas iniciativas essencialmente necessárias. Juntos, buscam construir um debate sobre questões raciais dentro e fora da universidade. Desenvolvido a partir da UERJ, o coletivo que chegou a mim através de três jovens. Juntos, circulam em escolas públicas apresentando um filme intitulado Doces sonhos, que mescla encenações e relatos de mulheres negras que perderam seus filhos para o sistema carcerário ou para a morte no tráfico. É um trabalho que desperta a discussão sobre o racismo no país.
Em um momento de desamor e crises emocionais, é valioso ter para onde olhar com suavidade, já que, por muitas vezes, começamos a acreditar que a tal luz no fim do túnel já tinha se apagado.
Que possamos, ainda antes de 2018 chegar, reconhecer quem fez a jornada ser mais significativa. Afinal de contas, que maravilhoso é entender esses encontros que nos fazem acreditar que há algo muito maior, muito além dos obstáculos cotidianos da vida.