Mortes, pessoas baleadas, confrontos diários e uma população inteira em pânico. Assim têm sido os nossos dias.
Ninguém jamais se acostumará com essa realidade cruel e brutal que estamos vivenciando, agora de forma mais intensa e constante. Gritos de pavor, pedidos de socorro, manifestações tanto aqui no morro quanto no asfalto não têm surtido efeito para conter ou frear a escalada de violência que estamos enfrentando. É assustador viver com medo e sabendo que, a qualquer momento, pode ser você a próxima vitima.
Não podemos contar com as autoridades. Os políticos nos viraram as costas, como sempre fizeram. Os planos de segurança pública foram por água abaixo. Os órgãos institucionais faliram. Estamos perdidos. Além da forte crise financeira que nos assola, alarmes de epidemias nos cercam, golpes políticos tramados com requintes de crueldade, ataques à nação e nossa soberania em perigo, estamos sendo dizimados de forma abrupta e covarde.
O que é mais devastador tem sido a inercia de todos. É como se estivessem com a “boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, como já dizia Raul Seixas em Ouro de Tolo. O Rio de Janeiro foi assaltado por uma quadrilha que tomou o poder e de forma nefasta nos colocou sob ataque. Atuaram como larápios e salteadores dos bens públicos, roubaram o erário à luz do dia, debaixo dos nossos olhos.
Cada centavo que nos foi tirado por meio dos desvios, através de falcatruas e roubos descarados de políticos corruptos e sem escrúpulos, é responsável por esse pandemônio. O fruto dessa desordem tem sido amargo: mortes, milhares de pessoas enclausuradas em uma cidade sitiada pela violência, onde Eduardas e Eduardos têm suas vidas ceifadas de forma trágica. Tudo isso tem nos mostrado que nessa guerra instalada aqui não há vencedores.
Vejo a Favela sangrar, vejo o asfalto sangrar, só não vejo os responsáveis por tudo isso sentindo o mesmo na pele. A Lei de Talião, da máxima “olho por olho, dente por dente” deveria valer para os dias atuais nestes casos. Por que as pessoas indefesas são as que mais sofrem, são as que mais perdem? Aqueles que estão do outro lado deveriam penar também. Deveriam perder filhos com a mesma dor que estamos sentindo aqui. Adrianas deveriam chorar como as mães daqui choram, com a mesma intensidade. Deveria ser “Olho por olho, dente por dente”, porque no momento estamos sob ataque e sem defesa.
As politicas públicas pensadas para nós só nasceram para engordar seus bolsos e contas bancárias. O resultado desses erros estão aí. Estão nos matando de maneira bem pensada, cruel e sinistro, pois não temos como lutar. Só nos resta uma saída: a união de todos e o ataque também em defesa de nossas próprias vidas. Apenas a luta nos defenderá. Não podemos ficar aqui morrendo como bois no matadouro. Não podemos mais esperar e presenciar, de braços cruzados, tantas covardias bem debaixo dos nossos narizes e continuarmos de braços cruzados.
Deus nos acuda.