Foto: Thalys Maia/ANF

Estudantes e funcionários da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) se reuniram na última terça-feira, 18, em um ato no centro da cidade, reivindicando melhores condições para a educação no país. 

A ANF conversou com dois estudantes da UFRJ, sobre as queixas dos alunos e funcionários da universidade frente aos cortes na educação realizados pelo atual Presidente.

Estudantes manifestando contra o corte de verbas na educação.
Foto: Thalys Maia/ANF

Os entrevistados concordam que a desvalorização da educação vem acontecendo desde o governo Temer, que assumiu em 2016, após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas que se agravou intensamente no mandato Bolsonaro. 

Maria Corrêa, 20 anos, estudante de comunicação social na UFRJ, que trabalha como jovem aprendiz e mora no bairro do Catete, fala sobre a atual situação da educação:

“As universidades sofrem ameaças mensais de cortes milionários, que ameaça as faculdades fecharem todos os meses. Não tem dinheiro para coisas básicas. A gente vê, nós que somos estudantes de faculdade federal. Nós vemos diariamente banheiros que não possuem sequer papel higiênico, vemos várias salas sem ar condicionado, os bandejões são precários e isso vem diretamente desse corte de verbas, que realmente ameaça a qualidade da nossa educação. Nós temos professores muito aptos, mas mesmo assim a qualidade da estrutura afeta bastante a nossa formação.”

Estudante Rodrigo Ferreira com bandeira de movimento estudantil no ato. Foto: Thalys Maia/ANF

Rodrigo Ferreira, 19 anos, estudante de jornalismo na UFRJ e morador de Jacarepaguá, fala sobre como o corte nas verbas afetam os estudantes mais pobres:

“Esses desmontes, eles tiram as verbas das universidades, que por sua vez poderiam ser utilizadas como assistência estudantil, por exemplo. Então os estudantes pobres com esses cortes, sem assistência estudantil, não conseguem permanecer na universidade. E na prática acabam saindo. Então na prática, esses cortes servem pra despopularizar a universidade, a elitizar ela mais ainda e tirar os mínimos direitos que os estudantes já conseguiram com suas lutas.”

Maria lembra também dos estudantes das faculdades particulares:

“Sobre o desmonte da educação que vem acontecendo desde o mandato de Temer, realmente afeta muito mais na vida acadêmica dos estudantes mais pobres, geralmente os estudantes de universidade pública. Ou até os estudantes pobres que pagam com o suor, né, com a batalha de todo dia pagam a sua universidade particular. Mas que também não possuem auxílio nenhum sequer das universidades particulares.” E completa alertando para a falta de Políticas Públicas: “[Os cortes] afetam principalmente os mais pobres que pagam passagem para estudar, não têm sequer um bilhete único intermodal, intermunicipal. Os auxílios também com os cortes estão sendo muito mais reduzidos e muito mais burocráticos. Então já não tem esse auxílio todo para a galera mais pobre.”

Eles apontam as ações que os estudantes vêm movimentando diante do cenário atual e os caminhos a serem seguidos em suas opiniões.

Maria fala sobre como os movimentos estudantis estão agindo:

“As mobilizações já estão sendo feitas, a gente tá aí nas ruas, a gente planeja diversos atos como esse que a gente fez no dia 18 de outubro. A gente planeja também mobilizações dentro da faculdade. O DCE, por exemplo, da UFRJ (o DCE Maria Prata) é um DCE que mobiliza bastante e conversa muito com várias entidades da UFRJ, tanto entidades de funcionários como de professores. Tá sempre ali negociando sabe, tentando de fato uma melhor estrutura para os estudantes, principalmente os mais pobres que precisam realmente  do auxilio da faculdade.” Ela acredita que o que tem que ser feito é o que já está acontecendo: “E eu acho que é isso que o DCE faz, que os estudantes secundaristas fazem, que é a mobilização nas ruas, que é a conversa com os estudantes, que é super necessária. Muitos estudantes às vezes não têm noção da proporção das coisas que atingem a faculdade, da questão do dinheiro também, das verbas e a questão da privatização também. É algo que a gente luta constantemente, tem muito haver com a questão das verbas também. Eu acho que é isso que tem que ser feito mesmo, conversar com os estudantes, mobilizar nas ruas e mobilizar dentro das faculdades principalmente.” 

Por fim, Rodrigo conta que a resistência vêm desde 2020, mesmo com a pandemia de covid-19: “A gente já observava os cortes na educação, que Bolsonaro aproveitou a pandemia para passar cortes, achando que o povo não iria para rua, mas já estavam acontecendo mobilizações. Então, no ano passado tiveram várias manifestações estudantis, ocupações nas escolas, dos estudantes secundaristas e dos estudantes universitários; já estão se articulando como no ato de hoje, mas em muitos outros nas suas universidades e nas suas escolas. E não deixando de colocar a importância do dia 30 da gente tirar o atual Presidente e eleger o Lula para a gente poder cobrar o Governo Federal verdadeiramente para que a nossa educação tenha verba e a gente tenha nossos direitos garantidos.”

Este texto teve a colaboração de Thalys Maia.

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