O Imperial College London, instituição centenária dedicada a estudos em ciência, tecnologia e medicina, divulgou hoje, 27, cálculos e estimativas de infectados e mortos pelo Covid19 ao final da pandemia em todo o mundo. E a situação brasileira não é das melhores, em nenhum cenário projetado pelos cientistas britânicos.
Sem as medidas de restrições e isolamentos, as previsões são as seguintes:
– População total: 212.559.409
– População infectada: 187.799.806
– Mortes: 1.152.283
– Indivíduos necessitando hospitalização: 6.206.514
– Indivíduos necessitando UTI: 1.527.536
Com distanciamento social de toda a população, ou seja, na base da quarentena e do isolamento:
– População infectada: 122.025.818
– Mortes: 627.047
– Indivíduos necessitando hospitalização: 3.496.359
– Indivíduos necessitando UTI: 831.381
Com distanciamento social e reforço do distanciamento dos idosos:
– População infectada: 120.836.850
– Mortes: 529.779
– Indivíduos necessitando hospitalização: 3.222.096
– Indivíduos necessitando UTI: 702.497
O Imperial College London é considerado uma das fontes mais gabaritadas internacionalmente e seus estudos são levados a sério no meio científico em geral. No relatório agora divulgado, afirma que as análises sugerem que a demanda no sistema de saúde somente poderá ser mantida em níveis gerenciáveis se houver rápida adoção de medidas de saúde pública, incluindo testes e isolamento de casos confirmados, além do distanciamento social recomendado.
Se a estratégia for adotada cedo, ou seja, com 0,2 morte a cada 100 mil habitantes por semana (e esta taxa for mantida), 38,7 milhões de vidas poderão ser poupadas. Mas se a taxa de letalidade alcançar 1,6 morte por 100 mil/semana o número de vidas salvas cai para 30,7 milhões de pessoas. O Imperial College London conclui, com base nos cálculos, que a demora em adotar estratégias restritivas de mobilidade social levará a um número sempre maior de perdas humanas.
O relatório não aborda prejuízos econômicos e sociais em escala mundial porque dependem da realidade e da capacidade de responder à pandemia de cada país. No caso do Brasil, como se vê nos dados projetados, a proposta do governo de acabar com o isolamento será tão mais desastrosa quanto se desmontar a estratégia traçada até hoje com resultados satisfatórios.
Ontem, 26, dava-se como próxima a ação global dos países desenvolvidos, com ou sem os Estados Unidos, para forçar governos como o de Jair Bolsonaro e de López Obrador, no México, a manter as restrições à população, em nome da economia internacional, já castigada nesta ainda curta duração da pandemia. O termo usado pelos líderes deste esforço é “enquadrar” o Brasil.