Depois de Anthony Garotinho (PR) ontem, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) acaba de também ser preso pela Polícia Federal. Cabral é acusado de receber de empreiteiras mais de R$250 milhões em propina em troca da concessão de obras públicas.
A prisão desta quinta-feira (17) é resultado de uma das muitas fases da Lava Jato. O ex-governador é acusado por delatores da empresa Andrade Gutierrez de integrar um grupo que cobrava propina para a realização de obras. Ele solicitou pagamento de 5% do valor total do contrato para permitir que a construtora se associasse à Odebrecht e à Delta no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo. As obras custaram quase R$1,2 bilhões. O ex-secretário de governo Wilson Carlos e o ex-secretário de obras Hudson Braga também são alvo de prisão preventiva nesta fase da operação.
Sérgio Cabral governou o Estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2007 e 2014, quando renunciou ao cargo sob forte pressão popular em 2014. Durante o seu mandato, o Rio venceu a disputa para receber as Olimpíadas e também foi a cidade-sede da Copa do Mundo 2014. Seu vice Luiz Fernando Pezão (PMDB) foi eleito governador no mesmo ano.
Garotinho: uso político de programas sociais
O ex-governador Anthony Garotinho foi preso na manhã desta quarta-feira (16) também por agentes da Polícia Federal. Ele é investigado na Operação Chequinho, que apura a compra de votos em Campos de Goytacazes nas eleições 2016 através do uso do programa social Cheque Cidadão, agora municipalizado na cidade. Garotinho é secretário de governo de sua mulher, a prefeita Rosinha Garotinho (PR). O programa incluiu mais 17 mil pessoas entre os seus beneficiários em um período de cinco meses, o que chamou a atenção da Justiça.
Anthony Garotinho governou o Rio entre 199 e 2002 e elegeu Rosinha Garotinho como sua sucessora em 2003. Garotinho é um dos líderes do Partido da República, o mesmo do novo prefeito do Rio Marcelo Crivella.