CORTINA DE FUMAÇA

 

Aconteceu na noite de ontem, no Circo Voador, a exibição do filme “CORTINA DE FUMAÇA, que mostrou como a política de drogas do Brasil e demais países que ainda insistem no proibicionismo tem sido inócua. Na obra, o jornalista Carioca Rodrigo Mac Niven, 34 anos, que fez a produção de modo independente, entrevista 34 das maiores autoridades das áreas médica, política, do direito e de movimentos civis de sete países.

Durante o filme, o autor mostra por exemplo, a feira canábica, que acontece há dez anos na Suiça, onde pessoas de todo o mundo se reúnem para fazer negócios e trocar experiência. É apresentado a grande quantidade de materiais que pode ser feito a partir da maconha, como vinho, material de beleza e roupas, chegando a mais de dois mil e quinhentos produtos de origem canábica. Na área da medicina, foi mostrado a importância da utilização da planta para o tratamento do cancêr e da AIDS. Segundo os estudiosos, nunca alguém morreu por causa da maconha e a dependência psicológica é menor que a do cafézinho tomado por todo o mundo. A socióloga Vera Malaguti, uma das entrevistadas, afirmou que o proibicionismo criou o número elevado de criminosos que existem hoje em nossa sociedade. Já o delegado de polícia Orlando Zaccone disse que o combate às drogas é a criminalização da pobreza. Zaffaroni, Ministro da Suprema Corte Argentina questionou: “Não existe pesquisa criminológica, como é possível controlar um fenômeno sem conhecê-lo?” Outra personalidade presente na platéia, que também foi um dos entrevistados no filme, Jorge da silva, professor da UERJ, comparou as UPPs com GPAE, disse que esses modelos são antigos, questionou a imprensa e afirmou que a pacificação quer transformar a zona sul em Monaco: “Não sei se os jornalistas são ingênuos ou se participam disso. Os midiáticos moram na Barra, farinha pouca, meu pirão primeiro.” Declaração que também arrancou aplausos da platéia. Ao término da sessão os presentes que lotaram o Circo Voador aplaudiram de pé.

Após o filme, houve um debate com Orlando Zaccone, Carlos Minc, Pedro Abramovay e João Menezes, neurocientista e professor da UFRJ. O debate seria mediado pelo músico Marcelo Yuca, que não pode comparecer, sendo substituído pelo diretor do filme. Dos debatedores, Minc e João não foram entrevistados no filme. Segundo a organização, Fernando Gabeira foi convidado e como não ia poder participar, foi convidado Carlos Minc, um dos mais antigos políticos que lutam pela legalização da maconha. Minc, inclusive afirmou: “Vou em todoas as marchas, o cargo pode mudar mas a pessoa não!”

O filme teve sua estréia em 2010, no FESTIVAL DO RIO, já foi exibido em dezenas de lugares e está concorrendo a vários festivais. O diretor afirmou que é necessário ampliar o debate e já colocou o filme inclusive no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=RAnFiyqcMb0