Exposição “América Latina tão violentamente doce” de Renzo Gostoli

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O fotojornalista argentino Renzo Gostoli está em cartaz com a exposição “América Latina tão violentamente doce”, com a qual retrata os contrastes existentes no continente americano em 20 imagens em preto e branco.

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A exposição está em cartaz no Átrio do Palácio Universitário do Campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro até 12 de Setembro. É um evento que integra as comemorações dos 50 anos da Faculdade de Educação da UFRJ.

Gostoli explicou em entrevista à Agência Efe que a seleção de 20 imagens será ampliada ao longo do tempo e que pretende mostrar a variedade de situações que encontrou em países como México, Honduras, El Salvador, Argentina, Brasil e Guatemala desde 1979 até a atualidade.

Os visitantes encontrarão imagens como uma semidestruída Estátua da Liberdade no México, “surfistas de trem” no Brasil, a chegada de presos no final da ditadura argentina e uma criança jogando entre os escombros após um terremoto no México. A Exposição é baseada na obra “Nicarágua tão violentamente doce”, do escritor argentino Júlio Cortázar, que reuniu uma série de textos nos quais descrevia e comentava as dificuldades, misérias e ternuras que vivia o povo durante a ditadura nicaraguense.

“Quase todas as fotos (desta exposição) são paralelas a um evento que foi cobrir e estão aí”, disse Gostoli, que indicou que muitas das imagens expostas refletirão momentos que não chegaram a ser publicados.

Apesar da experiência reunida ao longo da carreira pelo fotojornalista argentino, estabelecido no Rio de Janeiro, Gostoli admite que a imprensa cada vez mais prescinde dos serviços de fotógrafos profissionais, já que “preferem uma foto não tão boa, mas de graça, do que ter que pagar a alguém”.

Além disso, a situação se agravou com o surgimento das câmeras digitais e dos

Créditos - Arte Divulgação
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smartphones, que permitem que qualquer pessoa tire fotografias a qualquer momento.

Outro problema que afeta a profissão é que os próprios fotógrafos profissionais acabam cedendo imagens por preços mais em conta, rebaixando os próprios salários. “Chegam a aceitar pagamentos que não correspondem à qualidade de seu trabalho”, disse.

No entanto, Gostoli reconheceu que é muito difícil mudar a situação, já que “os fotógrafos conseguirão sobreviver”, e não se mostrou muito otimista sobre as novas gerações do mundo da imagem.

Gostoli, que revelou que ficou encantado com as fotografias desde pequeno apesar de ter se profissionalizado um pouco tarde, como ele próprio afirma, não teve dificuldades em cobrir toda uma série de temas, desde tragédias a eventos com celebridades.

Sua carreira lhe permitiu passar por várias agências de notícias internacionais, como Associated Press, Reuters, France Presse e a Agência Efe, que deram a possibilidade dele viajar por toda a América Latina.