O corpo, a casa e o território como marcos fundamentais para a compreensão dos movimentos urbanos. Essa é a narrativa central da exposição Concreto Corpóreo está em exibição no Museu Murilo La Greca, na capital pernambucana desde o dia 14 de janeiro. A mostra, promovida pelo Laboratório de Expografia do curso de Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conta com diversas expressões artísticas vivenciadas na cidade.
A seleção dos trabalhos que compõem o evento foi feita por meio de chamada pública. Entre os selecionados, está o ensaio documental Sonhos Não Roubados, realizado pelo fotógrafo Pedro Henrique Reinaux na comunidade Palha de Arroz, localizada nas proximidades do bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife.
A proposta de “Sonhos Não Roubados” é traçar um contraponto aos estereótipos criados sobre moradores das mais diversas favelas e periferias, locais que geralmente são associados à violência urbana. Lá, muitos de seus moradores são vistos como responsáveis pela violência, quando na grande maioria das vezes são vítimas da guerra de expansão territorial, tão atual no Brasil.
O fotografo decidiu mergulhar nos espelhos formados pelas poças de água de uma comunidade popular. “Por meio da fotografia, podemos reafirmar e reavaliar nossas referências. Quais corpos e quais interesses sociais desabitam para que outros corpos habitem e desfrutem de determinado território?”, questiona.
Esse ensaio foi resultado da oficina de Fotografia Documental ministrada pelo fotógrafo documental João Roberto Ripper no Museu da Abolição, durante sua exposição “Uma deliciosa teimosia em ser feliz” realizada pela ONG Centro Sabiá, em 2017.
A exposição pode ser visitada até o dia 2 de fevereiro, no Museu Murilo La Greca – Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366, no Parnamirim, em Recife. Entrada gratuita.