A exposição gratuita, intitulada “Mem-orí-a-A-fé-tiva”, idealizada pela renomada artista Luzimar Azevedo, que destaca aspectos populares das matrizes africanas, incluindo rituais, comidas e conversas em yorubá, estará aberta ao público de 22 a 26 de abril, de segunda a quinta-feira, das 9h às 17h, e na sexta-feira, das 9h às 11h, no Saguão Cultural Josaphat Marinho, da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), no Centro Administrativo, em Salvador.
Com referências à abertura de pensamentos e respeito ao “orí”, que, segundo as crenças das matrizes africanas, é a cabeça, não apenas o crânio, mas onde residem as memórias e afetos eternizados, a exposição, repleta de criatividade, também é um tributo às pesquisas alimentadas pela ancestralidade e abordará a situação social dos povos escravizados e sua resistência até os dias atuais.
Através das 14 obras autorais, com cores vibrantes e quentes, característica distintiva de suas telas, os visitantes serão levados numa jornada pelas memórias mais íntimas da artista. Isso inclui sua relação com a casa de sua infância e os ensinamentos absorvidos em sua casa de santo de Xangô, que pertencia à sua avó.
Luzimar Azevedo destaca a importância de trazer a exposição para a ALBA, afirmando que representa a casa do povo baiano. “É importante que as portas estejam abertas para artistas como eu, autodidatas que expressam uma visão cultural e artística autêntica da Bahia e de seu povo”.
A conexão com suas memórias e seu ser interior foi enriquecida com a contribuição crucial de Adinelson Filho, mestre de literatura yorubá, que a auxiliou com conversas, pesquisas e estudos sobre sua vida e história. A artista se dedicou intensamente às obras, prevendo um diferencial significativo em sua vida artística após essa exposição.
‘’A minha carreira nas artes dá um grande passo com essa exposição individual e num local de tanta relevância que apoia as artes e a nossa cultura trazendo uma importante visibilidade e reconhecimento’’, ressalta Luzimar.
O curador do evento, Mário Edson, destaca a singularidade das exposições de Luzimar Azevedo, enfatizando que a artista se entrega completamente em cada apresentação. Ele ressalta que as obras desta exposição são fruto de extensas pesquisas sobre a ancestralidade, resultando em verdadeiras joias artísticas.
“Luzimar desabrocha sua criatividade afetiva, guiada por pincéis e tintas, permitindo que a imaginação flua livremente. Seus trabalhos refletem uma rica história de ancestralidade, enriquecida também pelo seu contexto familiar. São verdadeiras pérolas transformadas em pinturas”, conclui Mário Edson.
