“Que a gente traga as nossas memórias, não como saudosismo, mas para a construção de agendas para o futuro.” (Jacqueline Pitanguy).”
O Lobby do Batom na elaboração da Constituição de 1988.
Marco histórico do feminismo e do empoderamento das mulheres no âmbito do Estado e da democracia brasileira.
O Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ), próximo à Praça XV, no Rio, abre nesta quarta-feira, 30 de janeiro, a exposição “Mulheres, A Hora e a Voz – Direitos, Conquistas e Desafios”, que vai funcionar até o dia 31 de maio. Em homenagem à efeméride do aniversário de 30 anos da Constituição Brasileira de 1988, a mostra é conduzida pela memória de quatro protagonistas que ecoam a voz de tantas outras brasileiras que atuaram naquele momento histórico: Jacqueline Pitanguy (socióloga, presidente do CNDM de 1985 a 1989), Comba Marques Porto (advogada, coordenadora da Campanha “Mulher e Constituinte”), Leila Linhares Barsted (advogada, consultora jurídica da OAB Mulher, assessoria do CNDM) e Schuma Schumaher (pedagoga, assessora do CNDM e articulista da campanha “Mulher e Constituinte”).
A mostra apresenta trechos – transcritos e em vídeos dos depoimentos das entrevistas originais, realizados pelo CCMJ, com as quatro feministas, além de vídeos de campanhas e imagens da época, e fotos históricas de diversos acervos (Arquivo Nacional, CNDM, EBC, FGV, Jornal do Brasil, O Globo, entre outros). As quatro entrevistadas revivem o encontro com o feminismo nas décadas de 1970 e 1980, debatem a violência contra a mulher e os desafios atuais da agenda do feminismo.
Interativa, a mostra conta com um enorme painel, onde o público poderá fazer selfies e assim integrar uma passeata do movimento feminista. Pequenas faixas com lemas de campanha como “Quem ama não mata” também estão disponíveis para fotos. Além disso, será possível acessar em computadores disponibilizados no local fotos, cartazes e matérias jornalísticas sobre o tema. Ainda no mesmo espaço, uma linha do tempo pontua marcos mundiais e brasileiros do feminismo, como o início do Movimento Sufragista, em 1948, nos Estados Unidos, e curiosidades, como o ano de 1922, no qual foi garantido o ingresso de mulheres ao colégio Pedro II no Rio de Janeiro.
Ao centro do salão, um espaço cenográfico reproduz a área de trabalho das quatro feministas que norteiam a exposição. Sobre uma escrivaninha estarão uma máquina de escrever, uma luminária com design característico da época, um calendário do emblemático ano de 1988, além de livros de autoras como Simone de Beauvoir, Betty Friedan, Kate Millett, entre outras, e obras assinadas por elas. Fotos do acervo pessoal das homenageadas completam a cenografia do espaço decorado com um tapete onde se vê o espelho de Vênus.
SERVIÇO
Exposição Mulheres, a Hora e a Voz – Direitos, Conquistas e Desafios.
De 30/1 a 31/5, de segunda a sexta, das 11h às 19h e, aos sábados, de 14h às 18h. Entrada grátis.
Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário – Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro.