“Eu sou um artista de periferia. Nasci e me criei nas quebradas. É onde eu quero viver, respirar e vivenciar, é de onde vem minhas referências, onde meu coração pulsa mais forte. Eu preciso estar nos lugares onde vivem famílias pretas.”, declara o artista, Jeff Alan”. O protagonismo negro será apresentado na arquitetura expositiva da Caixa Cultural Salvador, a partir desta terça-feira, 21, às 19 horas. O evento tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 28 de julho de 2024. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

A mostra intitulada “Comigo Ninguém Pode – a pintura de Jeff Alan” apresenta personagens reais da periferia do Recife e também de outras capitais, que é uma tela e um mural inéditos, o artista visual compartilha com o público as expressões, trejeitos, traços e texturas retintas de negritudes cotidianas testemunhadas em seu dia a dia.

A mostra já traz no próprio título a força da ancestralidade e do olhar que impulsiona a arte de Alan. “Comigo Ninguém Pode” é prova de que a planta mística que garante proteção e prosperidade em muitos lares brasileiros é também a força que move e inspira quem caminha confiante e incansável no desejo de expandir conexões e de ampliar as possibilidades de existências negras. É com essa missão que Jeff Alan chega à Salvador para abertura deste evento que tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 28 de julho de 2024. Na ocasião, o artista visual vai conduzir as pessoas presentes para uma visita guiada pelo espaço.

Sob a curadoria de Bruno Albertim, as pessoas pretas enobrecem as telas e estampam novos lugares para si. Ao retomar essas trajetórias, a exposição reposiciona os holofotes e atualiza no tempo o que – historicamente – negaram aos artistas negros: protagonizarem e escreverem, ou, neste caso, pintarem a sua própria história. É assim que olhando o outro, como a si mesmo, a mostra disponibiliza mais de 40 trabalhos figurativos, 2 inéditos. Obras – de diversas dimensões – em acrílica sobre tela e desenho sobre papel que figuram o cotidiano e a cultura das ruas por onde transitam as personagens de Jeff.

O artista é da comunidade do Barro, na Zona Oeste do Recife, onde vive e mantém seu ateliê. Lá ele encontra toda a matéria-prima para a sua arte. Daltônico, Jeff Alan pinta desde a infância, motivado pela mãe. É da periferia, tecido urbano de áreas vulnerabilizadas, que ele nutre os ingredientes do que tece com os seus pincéis. É deste lugar de fala e de potência que Alan multiplica as vozes das quebradas e a leva para o mundo das suas pinturas. Corpos retratos de periferias brasileiras, como as de Salvador.

O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.