Em sua segunda edição o festival da Igualdade Racial da cidade de Extremoz, intitulado “Extremoz Negro”, contou com apresentação de diversos grupos culturais e artistas locais na Praça Almirante Tamandaré, centro da cidade de Extremoz.
O evento é realizado pela Professora Gorette Maria, com apoio de grupos e lideranças comunitárias, sem apoio governamental.
Extremoz fica localizado na região metropolitana de Natal-RN, mas não realiza nenhuma ação de igualdade racial, Matriz Africana, Combate ao Racismo e ações culturais voltados aos grupos locais. Além de não ter coordenação de igualdade racial, mulheres, juventudes e direitos humanos.
Para a professora Gorette Maria, realizadora do evento, os grupos culturais de Extremoz carecem de apoios da prefeitura da cidade. Todos os integrantes das apresentações não receberam cache.
“Os artistas precisam se enaltecerem, o cache é para a sua sobrevivência, sua arte. Principalmente quando falamos de grupos que trabalham com a temática negra e são das tradições africanas”. Completa à Professora.
Além dos grupos culturais como: Cia ORIBA, Grupo Cultural Egbé Logun, Irmãos Jacson, Clube de Teatro P.H.X., o evento teve a participação dos artistas: Paulo Santos, Marconi Branco, Anastácia, Mili Oliveira e Junior Fernandes.
As mesas redondas: Encontros: Entre a produção poética e a ancestralidade – Nubia Castro e O Racismo Estrutural em perspectivas – Profº Leandro Soares.
A semana da Igualdade Racial é em alusão ao Dia 20 de Novembro – Dia da Igualdade Racial – Dia de Dandara e Zumbi dos Palmares.
Para o professor Leonardo Pacheco: Existe uma necessidade muito latente na comunidade em ter acesso à diversidade cultural do povo preto, essa diversidade sempre trazida pelos mantenedores da cultura popular com o estímulo de desmistificação para com alguns ritmos e danças. “Além de fomentar o não esquecimento da tradição africana, e para mim é de em suma importância esses eventos da semana da igualdade racial, justamente para mostrar e relembrar do legado do povo preto na nossa cidade” Diz o Professor Leo, popularmente conhecido, jovem negro, militante do movimento e dançarino.
Quem é a Professora Gorette?
Ela trabalha na Escola Municipal Padre Agostinho na Comunidade do Comum em Extremoz-RN, tem 59 anos, graduada em Letras, foi a primeira mulher a receber um diploma da UFRN sendo moradora da cidade de Extremoz, lugar que mora desde que nasceu.
Primeira Mulher Produtora Cultural de Extremoz. Foi diretora da Escola Estadual João Florêncio da hora e do Teatro Municipal Sandoval Wanderley em Natal. Criadora da 1ª feirinha cultural de Extremoz e do Toca Raul (tributo a Raul Seixas que acontece há sete anos é colaboradora do “maluquez revisitada” tributo a Raul que acontece na cidade de Ceará Mirim e já está na sua trigésima quarta edição, Criadora da Mostra de Cinema e do Estremoz Negro todos realizados em sua Cidade querida Extremoz.
Seu primeiro filme foi gravado todo em Extremoz “Véu de Renda Negra” .
Graduanda em Direito e Mestranda em Educação, pós graduada em Gestão pública e Psicopedagogia, Professora Maria Gorette sempre foi amante das artes em geral. Atriz e ativista cultural, foi a primeira mulher a Presidir a Cia teatral Alegria Alegria pioneira em teatro de Rua por 4 mandatos.
Pós graduada em gestão de políticas públicas seu trabalho de conclusão do curso resultou na criação da Fundação Extremoz de Cultura Aldeia de Guajiru o que a levou a ser a primeira Secretária de Cultura do município de Extremoz. Foi também proponente da associação das fazedoras de grudes e artes de Extremoz ( Afag) e a primeira mulher a presidir a SAMBA (Sociedade dos amigos e amigas do Beco da Lama e adjacências) em Natal, está no seu 2º mandato.