Em notícia divulgada no site e na rádio Band News no dia 31 de julho informou-se que milicianos estavam utilizando uma antiga base da PM em Antares para monitorar a favela. Mas diferentemente do que o noticiado, o local é ocupado há mais de um ano por um projeto social e esse ano passou a abrigar uma biblioteca comunitária. Depois do assunto ganhar as redes, a matéria foi tirada do ar, mas essa atitude não foi suficiente na opinião de Jessé Andarilho, criador da biblioteca.
“Eles tiraram a matéria do ar, mas quem escutou no rádio? Eles não desmentiram nem falaram nada. Teve um menino que chegou lá essa semana e disse que a mãe dele não quer saber mais de livro na casa dela, porque ouviu a matéria da Band”, reclamou.
Jessé Andarilho é escritor e criador do Sarau MargiNow, que criou e implementou em Antares. Em entrevista para o jornal A Voz da Favela ele disse que “a ideia é fazer dele um local de liberdade, uma mistura dessas artes: rap, cultura, literatura e cinema”. Espaços como a Casa MargiNow, podem deixar muitas vezes pessoas desconfortáveis com o sucesso e a expansão de saberes da favela. A mídia tradicional deve ficar atenta a isso e, acima de tudo, apurar para não frear ou dificultar a aparição da potência favelada.