Com quatro anos de operação, o Investe Favela – empresa que fomenta o empreendedorismo em favelas e periferias – fornece crédito a empreendedores, com valores que variam de R$5 mil a R$120 mil de investimento de capital acelerador.
O programa de aceleração que reforça o trabalho de pequenos negócios em favelas e periferias não atua apenas com investimento de capital, mas também com orientações voltadas a competências de gestão. O público-alvo do Investe Favela, que tem 17 parceiros, é o empreendedor com pequeno negócio montado em comunidades de baixa renda ou alguém nessas localidades com uma ideia estruturada para apresentar.
O Investe Favela tem a base de 24 empreendedores, com 14 empresas, lideradas majoritariamente por pessoas pretas, que são mais de 66% do total. Mais de R$ 2 milhões foram concedidos em apoio financeiro, com cerca de 900 horas de capacitação para empreendedores e mais de 94 empregos gerados. Saiba mais na entrevista com Liza Simões, diretora-executiva do Investe Favela.
Por que investir em favelas e na periferia?
O Investe Favela nasceu em 2019 e foi criado por mentores da Endeavor, com o intuito de fomentar o empreendedorismo nas classes C, D e E. A gente acredita muito que essa transformação vai se dar de dentro para fora. Não é o Investe Favela que vai gerar a transformações econômica e social que a gente almeja, mas sim os empreendedores de dentro para fora, como agentes de impacto, como agentes de desenvolvimento econômico dentro do território.
O Investe Favela tem investido em que tipos de empreendimentos?
Estamos atuando em várias regiões do Brasil. Já investimos, por exemplo, na Prol Educa, uma empresa de Recife, para gerar oportunidades para estudantes de baixa renda por meio de bolsas de estudos. O modelo se baseia em oferecer vagas não preenchidas em escolas na plataforma, por um preço acessível. Temos no Rio de Janeiro a Social Visão do Bem, que tem o objetivo de fomentar uma sociedade em que todos têm direito à saúde da visão. A empresa fornece acesso a produtos e serviços oftalmológicos com valores mais acessíveis. Nós também atuamos na Amazônia por meio de um negócio chamado DaTribu, que produz fios e tecidos sustentáveis envoltos em látex amazônico e que ainda gera renda para populações ribeirinhas por meio do desenvolvimento desses biomateriais para a criação de objetos de design. São muitas histórias de impacto e histórias de jornadas empreendedoras que a gente vem construindo junto com esses empreendedores, a vários braços.
A falta de capital de investimento é o principal gargalo para o desenvolvimento das favelas?
É um dos principais. A gente sempre trabalha com esse binômio: capital intelectual com o capital financeiro. Entendemos que existem sim diferentes meios de apoiar financeiramente os negócios. Então a gente atua em três fases: primeira é o capital acelerador, com o comprometimento do empreendedor a participar de todas as consultorias; a segunda já é um soft loan (um empréstimo a juros bem menores) para que o empreendedor consiga se consolidar como empresa. E na terceira fase é quando as empresas com ótimo desempenho já podem ir para a expansão e replicação do negócio.
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