O futuro é tão grande…Vamos de mãos dadas (Carlos Drumond de Andrade).
Avançar na organização de base é uma das máximas deste Congresso. Ele veio num bom momento. Momento em que nós do MPF – Movimento Popular de favelas estamos nos reorganizando. Isto porque sentimo-nos cansados de ser “representados” por quem não tem legitimidade para tal. São inúmeras ONGs instaladas nas favelas se locupletando com as nossas misérias. Bem parecido com o que acontece com os negros diante dos profissionais da negritude. Sempre os mesmos. Podemos citar MVBil, Junior entre outros. Dar nomes aos bois é muito importante para o conhecimento público da verdade. Estou legitimado para fazer estas citações, pois foi na favela do Jacarezinho onde tudo começou. A política de extermínio do governo do Estado estava a pleno vapor. Quando tomei a frente do movimento e fiz inúmeras denuncias.
Este Congresso está acontecendo no município de Sumaré interior de São Paulo. Cidade agradável e acolhedora. Representantes sindicais e de vários movimentos sociais estão reunidos aqui. Podemos citar o MTST, e a turma do Hip – Hop do Maranhão Julinho e Herts, estes eu não via há mais de 10 anos. No nosso reencontro logo reclamaram com furor do posicionamento de MVBill.
A reorganização das favelas está acontecendo com reuniões sistemáticas e itinerantes. Estamos buscando parceiros comprometidos com o nosso perfil. Hoje está sendo aprovada a consolidação desta parceria diante de centenas de participantes.
Para nós do movimento popular, é um momento histórico, pois está acontecendo às vésperas do evento da Rio+20, onde as favelas farão intervenções na Cúpula dos Povos. A ABI – Associação Brasileira de Imprensa já sinalizou positivo. Agora estamos partindo para OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.
Com relação ao conteúdo da nossa tese, o ponto principal encontra-se na qualidade de educação e ensino de tempo integral. Tema que o vereador Leonel Brizola Neto está defendendo com vigor na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Obviamente não podemos em hipótese alguma ignorar esta parceria. Até porque, já conseguiu o tombamento de todos os CIEPs – Centro Integrado de Educação Pública do município. Citando o companheiro negro aguerrido Luis Roberto: – Os órfãos dos CIEPs de ontem, são os bandidos de hoje. Todos produzidos por uma política fisiológica que na época destruiu o projeto dos CIEPs e os sonhos de milhões de crianças e adolescentes.
Estamos consolidando estas parcerias para que definitivamente possamos descer os morros sem ser carnaval.
Rumba Gabriel
Fundador e coordenador do MPF