A ideia surgiu da geógrafa e estudante de administração Karen Pereira, que atua como voluntária na ONG Nóiz há dois anos e hoje é responsável pelo projeto Gradua Nóiz, um pré-vestibular social oferecido pela organização aos sábados, de 8h às 18h.
“Desde que me tornei voluntária, auxilio a organização na área de educação. Dentro dos pilares, amar, educar e profissionalizar, iniciei o projeto do Gradua Nóiz, que objetiva amparar jovens e adultos que desejam prestar vestibular e cursar uma faculdade. Porém muitos deles, em nosso dia a dia de aulas demonstraram muitas dúvidas sobre qual curso irão fazer e que carreira querem seguir”, explica Karen.
A voluntária então decidiu ampliar as ações do projeto e criar a primeira feira de carreiras do Nóiz, que acontece neste domingo (19), de 9h às 12h, na sede da organização, na região do Karatê, na Cidade de Deus. Para ela, é necessário que eles conheçam como há um mundo de oportunidades lá fora. “Quando a gente pergunta, qual curso querem fazer, a maioria não sabe ou responde sem muita certeza. Como educadores, percebemos o potencial de cada um e agora vamos apresentar a eles, diversas carreiras das quais eles não conhecem, conta a educadora social.
Para André Melo, presidente da ONG, a ação no próximo domingo é mais um passo e sonho realizado pela instituição, que ainda atua sem patrocínio, mas tem em seus voluntários um trabalho de muita dedicação. “A ideia partiu do Gradua Nóiz e com uma ação conjunta teremos aqui na sede engenheiros, médicos, dentistas, advogados, professores, economistas, administradores, e muitos outros profissionais que vão passar a manhã conosco mostrando o universo de suas carreiras para nossos estudantes”, descreve André.
A partir desta ação, a organização também vai atuar contra a evasão de alunos da escola e do próprio pré-vestibular, uma realidade recorrente nas periferias. Dados do Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE) apresentam que aproximadamente 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o ensino médio, estão fora da escola, o que corresponde a cerca de 15% da população dessa faixa etária.
Segundo Karen, a evasão também acontece no projeto. “Realizar um pré-vestibular social com êxito é realmente um desafio. Iniciamos essa turma com 16 alunos e hoje temos a metade. E não é pela falta de vontade de estudar, mas pelo contexto em que vivem, onde a vulnerabilidade e a fome encontram-se presentes na maioria das famílias que atendemos”, relata a voluntária.
Assim, na busca de abraçar por completo aqueles que conseguiram se manter nas aulas até agora, a organização do Gradua Nóiz vai atuar em conjunto com área de assistência social e também com a nutrição. “Nossa proposta é mantermos esses 8 alunos e darmos condições a eles de realmente alcançarem o objetivo proposto. Como sempre destacamos, o Nóiz não tem foco assistencialista, mas a fome é uma realidade, entre alguns deles, e por isso vamos disponibilizar também cestas básicas e oferecer café e almoço no dia das aulas, finaliza o presidente da organização.
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