O salão nobre do Hotel Vila Galé estava praticamente lotado na tarde da última quinta-feira, 26. O público presente aguardava a mesa “Direito das Mulheres à cidade, mobilidade e violência”, que fazia parte da programação do Diálogo Mulheres em Movimento: Direitos e Novos Rumos. O encontro é uma realização do Fundo ELAS em parceria com British Council, Open Society, Foundations Brasil e ONU Mulheres e reuniu ativistas e atuantes de diversos segmentos na Lapa, centro do Rio.
Dividindo as mesmas mesas que o público, a vereadora Marielle Franco, Katerina Elias-Trostmann (WRI Brasil), a ativista e estudante travesti Ana Flor Fernandes, Clarisse Linke (ITDP Brasil), Fernanda Garcia (Circuito Mulheres Mobilizadas – Meu Rio) e Cássia Gonçalves (Feminicidade Rio) discutiram temas como a saúde das mulheres, apontou necessidades diferentes do transporte, citou coletivos que se formaram após recentes atividades, como o Circuito de Mulheres Mobilizadas e das Mulheres Contra Eduardo Cunha. “O Brasil é o país que mais assassina travestis e mulheres trans. Nossas vivências estão quase sempre atreladas a das mulheres negras”, denunciou a pernambucana Ana Flor, com base em relatórios internacionais.
Única vereadora de favela eleita, Marielle Franco relembrou a importância das especificidades no debate sobre direito à cidade: “Como é ser mulher trans? Como é ser mulher lésbica, homossexual ou bissexual nas favelas e transitando pela cidade? A gente vive, enquanto mulher na cidade, de forma diferenciada, então precisamos ter respostas diferenciadas”.
Direto de São Paulo, a rapper e professora Preta Rara, encerrou o diálogo com as rimas de sua música Falsa Abolição. Confira um trecho da performance no vídeo abaixo: