Este ano foi celebrado o 115º aniversário da Imaculada Conceição. Com o tema “Maria, mãe de um povo ferido”, a “festa do Morro” teve início no dia 28 de novembro e seguiu até o domingo (8), dia esse que foi inscrito no calendário litúrgico pelo Papa Sisto IV, em 1477.
A “Festa do Morro” é um dos eventos mais aguardados pela Igreja Católica. Neste ano, cerca de 450 mil pessoas subiram ao Morro para prestar homenagens à santa. A professora Marta Andrade relata que a fé é a maior motivação para estar presente aos pés de Nossa Senhora. “Sou católica, creio muito em Nossa Senhora da Conceição. Moro aqui há 16 anos, mas esta é a primeira vez que frequento a festa. Sempre ouvi falar, mas nunca consegui vir. Quem me trouxe foi uma amiga”, disse.
Para Jaime José, voluntário da festa há 15 anos, a fé foi motivo de transformação em sua vida. “Minha graça foi alcançada. Minha mãe estava com três abscessos no pescoço, antes eu não acreditava na santa, para mim era apenas uma imagem, mas decidi pedir com fé a cura (da mãe) e a graça foi alcançada. Então, todos os anos subo ao morro para cumprir a promessa que fiz de ajudar na festa em homenagem à Imaculada Conceição”, afirma Jaime.
Além das celebrações católicas, a festa contou com uma celebração inter-religiosa, apresentações de maracatu e cantores regionais. Entretanto, um fato desagradável marcou o fim da festa. Na segunda-feira (9), um dia após a celebração, uma quantia equivalente a R$ 45 mil reais em doações foi roubada por bandidos que fizeram um fráter de refém. O valor estava sendo levado para uma agência bancária quando homens armados cercaram o carro onde o religioso da Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R.), o responsável por administrar o Santuário, estava chegando para efetuar o depósito.
De acordo com Lídia Barci, delegada responsável pelo caso, os suspeitos agiram enquanto uma voluntária da arquidiocese fazia o primeiro depósito. Nesse momento que o seminarista sofreu um sequestro relâmpago e foi deixado em um trecho da BR-232, que liga ao bairro do Curado, na zona oeste da capital pernambucana. Imagens de câmeras de segurança da Secretaria de Defesa Social (SDS) instaladas no itinerário – da paróquia ao banco – e do circuito interno da agência serão analisadas, e, o caso será investigado pelo Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).
Empreendedorismo, devoção e fé impulsionam a economia do Morro da Conceição
Água, artigos para decoração, roupas, velas, escapulário e imagens. Esses foram alguns dos itens vendidos na festa do Morro da Conceição. O fluxo intenso de ambulantes somado a devoção pela imaculada Conceição impulsionou ainda mais o comércio na comunidade.
“Quem disser que aqui no morro não tem lucro, por menor que seja o comércio, está mentindo, porque a Nossa Senhora da Conceição abençoa a todos, ela agrada a todos e ajuda a todos”, declara Cláudia Freitas, moradora do Morro da Conceição e atuante na venda de artigos religiosos há 15 anos.
Cláudia é secretária e trabalha com vendas na comunidade nos dias livres para obter uma renda extra. Assim como Cláudia, grande parte dos brasileiros observam no empreendedorismo uma oportunidade para solucionar problemas financeiros ou recolocação no mercado de trabalho.
Cerca de 52 milhões de brasileiros entre 18 e 64 anos estavam envolvidos em alguma atividade empreendedora no ano de 2018, seja na criação ou consolidação de um novo negócio, aponta o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
No vídeo a seguir, a escritora Dona Sevi, o padre Mailson e as comerciantes Severina Andrade e Cláudia Freitas falam sobre a fé, devoção e o empreendedorismo no Morro da Conceição.
Colaboraram Marcela Caetano e Marcele Lima.
